quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Reunião Mensal do Grupo Aconchego - Pré-Natal da Letícia


Ontem fomos à reunião do Grupo de Apoio Aconchego.
Esta é uma etapa importante para conseguirmos nos habilitar.
Eu já concluí as 3 reuniões obrigatórias, mas pretendo continuar indo durante todo o processo! O André fez sua segunda participação.

O tema de ontem foi 'Devolução'. Estavam presentes o juiz da vara da infância, a promotora, uma das equipes do corpo técnico (psicóloga e assistente social) e a presidente de um dos abrigos daqui.

A reunião foi excelente!!! O juiz, a promotora e o corpo técnico puderam tirar algumas dúvidas, tais como a não obrigatoriedade de um candidato habilitado aceitar a criança que lhe é apresentada, que o fato de não haver empatia entre os candidatos e a criança que os candidatos não são eliminados do cadastro nem vão para o 'final da fila' como dizem.
Nem sempre há a afinidade entre os candidatos e a criança, portanto a visita é justamente para a certificação de que há uma primeira empatia.

Existe um projeto, principalmente para crianças com mais de 2 anos, para que haja um período de adaptação da família com a criança. Este período objetiva acabar...ou pelo menos diminuir...o índice de devoluções!
A devolução é prevista em lei, durante o período de guarda a família pode avaliar se a adaptação está saindo à contento, a equipe técnica faz acompanhamento (aqui na minha cidade!) para verificar se a criança está se adaptando e em caso negativo de uma das partes a devolução é efetuada.
Já existe, em muitas comarcas, esse período obrigatório de adaptação antes que a cça vá definitivamente para casa e eu acho ótimo que isso venha a ocorrer aqui também.

A presidente do abrigo, que também é membro do grupo de apoio, trouxe uma sugestão de implementação, para o próximo ano, de integração entre famílias adotivas com famílias biológicas, o que eu particularmente discordo.
Acho que a criança precisa saber da verdade, saber que tem outra origem, até ter alguma foto da família biológica como referência, mas daí a ser obrigada a conviver com a família biológica vai uma distância bem grande.
Sei que em alguns países existe esse tipo de adoção aberta, mas eu não tenho evolução para isso. Em se tratando dos filhos, só aceito dividí-los com Deus. Não saberia compartilhar a maternidade com a mãe biológica em hipótese alguma!
Na reunião havia 2 casais que vivem esta realidade, inclusive de as mães biológicas das crianças que moram em outra cidade virem passar dias na casa da família.
Para mim não dá!!!
Se um dia um dos meus filhos, ou todos eles, desejar conhecer sua origem eu não vou me opor e eles sabem disso. Vou ajudar a procurar, vou junto encontrar, mas conviver é outra história!
Isso me fez sair de lá com vontade de entregar logo os documentos no fórum para acelerar a chegada da Letícia, embora eu saiba que ela virá no tempo de Deus, mas o coração fica impaciente e eu  desejei que ela chegue antes que esse negócio de integração com família biológica seja implementado...se é que será!

A AS falou um pouco sobre a renovação da habilitação. Disse que quem já passou por todo o processo uma vez e agora está revalidando a habilitação, que passará por todo o processo mas sem tantas visitas ao fórum.
Então nosso processo será mais light!!! Isso me deu um certo alívio, porque foi muito estressante o processo da Taís!

A promotora comentou que como a cidade tem o hospital universitário com UTI neonatal e que é o único na região, muitas mães ganham os bebês prematuros e desaparecem. Estes bebês nem vão para o abrigo devido à fragilidade de saúde! Casais do cadastro são contactados e buscam a criança direto no hospital, entretanto estes casos são mais demorados para finalizarem porque as mães desaparecem do mapa.
Segundo a promotora é muito difícil encontrar estas mães biológicas, principalmente as que vêm de outras cidades.

O promotor falou da entrega direta, que não é aceita, que eles do poder judiciário fazem de tudo para que uma adoção destas dê errado, que quando chega ao conhecimento do fórum que buscam a criança e entregam para casais habilitados.
Falou da importância do processo de habilitação e que a inclusão no cadastro aumenta as possibilidades, pois outras cidades da região consultam este cadastro e podem estar chamando os habilitados daqui.

Podemos considerar que somos privilegiados, pois mesmo antes da nova lei os juizes daqui sempre entenderam que abrigo não é lugar de criança ser criada, que não há lugar melhor do que uma família para o convívio de uma criança. Portanto aqui as crianças não ficam vivendo 5, 6, 7 anos em abrigos. Depois de tentadas as formas de as famílias ficarem com suas crianças, em caso negativo as crianças são destituídas e colocadas em famílias substitutas...ou adotivas!

Saí de lá bem animada.
Haviam muitos casais novos, mas nem deu para conversar.
Haviam dois casais apresentando seus filhinhos, também! Muito fofos, por sinal!

Então é isso...
Agora quero me organizar para começar o enxoval.
Quero fazer algumas coisas pintadas, mas primeiro preciso aprender a pintar em tecido...rss

Conforme for fazendo, vou postando no blog de artes que está abandonado, tadinho!!!

Grande beijo,

Cláudia

7 comentários:

  1. Tenho lido algumas coisas sobre adoção nos últimos tempos (muitas) e uma coisa que ainda me choca é a tal devolução. Uma mãe que gera seu filho, não pode simplesmente devolvê-lo! Filhos, gerados na barriga ou no coração, são presentes de Deus, não se devolve um presente. Devolver uma criança é simplesmente dizer: Cansei dessa brincadeira de ser mãe, agora quero brincar de outra coisa! Toda mãe cansa de ser mãe de vez em quando, quem disser que não está mentindo! Mas não podemos simplesmente abrir mão desse presente. Ser mãe, como tudo na vida é um direito que vem carregado de deveres e não há bônus sem ônus. Tudo o que é bom, tem seu preço, suas dificuldades, suas inadaptações. Cabe a cada um de nós fazer a sua parte da melhor forma possível, de todas as formas possíveis. E quando nada funcionar, devemos tentar o impossível.
    Quanto ao seu pré-natal, está certa em participar de todas as suas "consultas ao obstetra", um pré-natal bem feito garante 90% do sucesso do parto e do bem estar de mãe e filho. A Letícia está a caminho e logo estará nos teus braços. E terá uma mãe maravilhosa, com certeza.
    Abraços

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  2. obrigada Cláu, por partilhar essas informações importantes conosco. bj e bom dia pra vc, querida!

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  3. Puxa q interessante e q legal!!!
    Deve dá um friozinho na barriga neh???rsss

    Adorei seu pingente no post abaixo, eu tb tenho um casalsinho que não tiro por nada!

    Bom que a Tais tem se recuperado bem ao tratamento!!!

    Amiga sobre o bulling parece que foi resolvido neh? puxa que situação chata heim...que bom a Tais ter uma mamãe tão querida e dedicada!

    Bjuuu em vcs

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  4. Claú tem promoção no meu blog de culinária participe!

    http://cozinhapaula.blogspot.com

    beijos

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  5. oi clau que bom que as coisas estão se encaminhando... agora, deixa eu tirar uma dúvida; a Letícia, é algo do coração, e esse nome será dado á próxima menininha, ou já existe, vc a conhece e a espera?
    beijos

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  6. Aff, estava comentando e apertei o enter sem querer e perdi tudo... vamos de novo!

    Nossa fiquei ansiosa só de ler... ai como é dificil esperar né? Mas sei que é preciso mas para você que já é experiente, que sabe bem o que quer, essa espera deve ser mais torturante... mas como vc mesmo dise, Deus vai trazê-la na hora certa, na melhor hora e tudo vai ser completo... e mais feliz ainda!
    Qaunto ao enxoval, acho tão legal vc querer fazer algo pra ela... imagino como vai ser lindo! Nem sabia que tinha um blog de artesanato... vou dar uma espiadinha, adoro artes! :)
    Bom findi prolongado e força na peruca pra se virar nos 30 com a "grande família"... hahahahaha

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  7. Se eu estou ansiosa pela chegada de Letícia, imagina você... se você já está louca com seus filhotes e momentos de vida, imagina com a Letícia, aí que vc vai virar a mãe maluquinha mesmo, hahahaha. Sua família é linda, você consegue ser uma ótima esposa e uma mãe-amiga dos seus filhos! É incrível a harmonia do seu lar (por mais que as vezes role alguns desentendimentos, o que é normal). Aproveite o feriado e nos conte depois como foi!

    Beijos!

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