segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Sobre decisões importantes, inseguranças e incertezas! (parte 1)





Sempre que precisamos tomar uma decisão importante para as nossas vidas é comum sentirmos inseguranças das mais variadas.
Quando essa decisão vai mudar a nossa vida, sentimos mais do que insegurança. Sentimos medo. Muito medo!
Medo do novo, medo do desconhecido, medo de sairmos da nossa zona de conforto, medo do que teremos que enfrentar depois.
Isso tudo quando é com a gente.
Quando a tomada de decisão está relacionada a filhos, à vida dos filhos, todas essas incertezas, todos os medos, todas as inseguranças ficam potencializadas!
Se é difícil tomar uma decisão importante para nossas vidas, para a vida dos filhos é algo muito angustiante.
E era assim que me encontrava já há algum tempo em relação à pequena, mas antes de adentrar na decisão e nos motivos, vou contar a história toda do nascimento até os dias de hoje!

Ela foi gerada em situação adversa ao que é esperado para uma gestação, fato que a colocou com predisposição para alguns problemas no decorrer do seu desenvolvimento.
É sabido que não existe uma quantidade segura para o consumo de álcool/drogas na gestação que não predisponha o feto a ter problemas no desenvolvimento neurológico.
O álcool, as drogas podem... veja bem: PODEM...predispor esse feto a uma série de problemas que vão desde a microcefalia a uma série de problemas de aprendizagem, tais como TDA, TDAH, dislexia, entre outros.
Esses problemas de aprendizagem só começam a se manifestar quando? Na fase de aprendizagem, naturalmente, entretanto existem outros sinais que podem indicar que esses problemas poderão dar o ar de sua graça no futuro.
Então eu tinha uma criança com refluxo, asma e dermatite atópica (ah, mas isso tem muita criança biológica que tem, neahmmm?). É, tem! Então ela passou a ter um sangramento hemorrágico no nariz, e febre sem motivos aparentes todos os dias, manchas roxas que iam crescendo na sua pele. Suspeita de leucemia, exames. Nada. Fomos para a homeopata. Dois meses de medicamento homeopático e o diagnóstico: hiperalergenia.
E eu tive uma criança com insônia. Insônia iniciada aos 6 meses de vida e tratada, a partir de 1 ano e 8 meses (porque tinha que esperar nascer os dentes, segundo a pediatra) com aurículo-acupuntura por um ano.
E então fomos parar na neuropediatra. Ela foi acompanhada pela neuro até 5 anos e meio porque o desenvolvimento estava normal até então, mas eu deveria observar bem e atentamente o período de aprendizagem, a partir do primeiro ano. Segundo a neuropediatra a inteligência que ela tinha para aprender e reproduzir as coisas no dia a dia nada tinha a ver com a inteligência que ela usaria na aprendizagem acadêmica, principalmente nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática que seria onde surgiriam as dificuldades maiores caso manifestasse algum distúrbio.
E então, nesse meio tempo, me foi sugerido pela neuro uma visitinha à fono porque a fala dela não era adequada para a idade, no que a pediatra concordou plenamente.
Eu entendia muito bem o que ela falava. Mas apenas eu. Nem o pai, nem os irmãos e muito menos as pessoas de fora do convívio diário compreendiam o que ela dizia.
E fizemos fono por dois anos.
Desfralde do dia com três anos e 4 meses. Perfeito. O normal é até os 4. Desfralde da noite com 4 anos e 3 meses, xixi na cama até quase cinco anos e meio. Isso foi muito além do esperado.
Fomos encaminhadas, então, para a psicóloga pelo xixi, mas ela não viu nada demais no emocional da criança e a dispensou. Falou para verificar e descartar algum problema físico. Fizemos exames de toda ordem. Nenhum problema físico. O negócio foi esperar até passar. E lavar uma infinidade de roupas de cama e pijamas, e forrar colchão, e colocar colchão para secar quando nem o forro dava conta porque tinha noites que ele recebia xixi de duas a três vezes.

Isso tudo pode parecer bobagem, mas tudo tem a ver com o desenvolvimento neurológico e eu fiquei atenta, observando e vendo que tudo com ela era muito diferente do que foi com os irmãos. Mesmo os irmãos tendo sido bem diferentes um do outro no desenvolvimento, algumas coisas eram comuns aos dois e com ela nada era comum. Nada.

Essa é a história dela dos oito anos e meio de vida.
Uma coisa ou outra isolada em uma criança pode ser normal, mas ela tem diversos fatores que, juntos, podem sinalizar para um possível problema na aprendizagem.
A insônia, o xixi na cama, o problema de fala, a hiperalergenia, todos juntos são sinais importantes que não podem ser ignorados.

No próximo post continuo com a questão do início na escola e seguiremos apontando outros fatores que me acenderam o alerta amarelo até chegar na decisão!

Abraços,

Cláudia