quinta-feira, 18 de setembro de 2014

MEU filho, MINHA filha! São nossos? Temos certificado de propriedade?


Gente, estou participando de um debate...se é que se pode assim dizer...num post a respeito de uma filha adotiva à procura de sua mãe biológica e posso afirmar que os comentários são os mais variados. Alguns duros, alguns muito duros, alguns nem tanto assim, então estava aqui lavando minha louça, colocando minha roupa para lavar porque preciso da água da máquina para limpar o chão - racionamento e falta de água, né, gentchy - e comecei a refletir a respeito.

Em todas as religiões cristãs se diz que somos todos filhos de Deus, portanto irmãos. Isso inclui os filhos, certo?
Todo mundo compartilha e acha lindo o poema Definição de Filho do José Saramago que fala que filhos são empréstimos de Deus. Okay?
Muita gente diz...eu já ouvi muito e concordo 1000% (não escrevi errado. É mil, mesmo!) que os pais devem criar os filhos para o mundo.

Oras, então porque cargas d'água é tão difícil de se aceitar que um filho adotivo queira, precise ou deseje encontrar sua família biológica para conhecer seu passado, ou saber com quem se parece, ou seja lá que motivo for que o faça ter essa vontade?
Filhos biológicos sonham em ir para o exterior estudar e alguns nunca mais voltam. Foram ingratos com os pais? Foram movidos por falta de amor ou apenas, veja bem, APENAS, buscaram o caminho que sonharam?
Filhos casam todos os dias e vão embora. São ingratos por deixarem a casa dos pais? Ah, isso é diferente, faz parte da vida!
E ir morar fora não faz parte da vida daqueles filhos que foram?
E irem morar sozinhos porque não querem mais ficar morando com os pais depois de certa idade também faz parte da vida ou seria ingratidão?
Ah, mas filho biológico é biológico. Tem a minha origem. O kay, mas o filho biológico não busca outras necessidades, não acalenta em sua alma outros desejos? Você quer que ele seja médico, mas ele quer ser piloto de avião. Você sonha que ela seja dentista, mas ela quer ser designer de bolo ou personal trainer. Você sonha que ele seja um engenheiro, mas ele quer ser professor de filosofia!
Não atender aos desejos e anseios dos pais é ser ingrato?
Porque é que alguns aspirantes a pais adotivos ou mesmo os que já são pais adotivos anseiam  que o filho esqueça e apague de vez o seu passado e a existência de uma família biológica?
Porque hoje em dia se propaga tanto a importância de contar a verdade, que o filho precisa saber a verdade sobre ser adotivo, mas não se aceita que o filho possa vir a ter o desejo de conhecer a família de origem?
Porque o desejo de buscar a família de origem é considerada ingratidão se quando adotamos não estamos fazendo caridade? Não é isso que se fala tanto nas redes sociais, também? Adotar não é caridade? Se não é, então porque o filho desejar conhecer a biológica torna-se ingratidão?
De onde se tira que filho que quer conhecer sua origem não ama ou não valoriza 'a família que a criou'. Gente, filhos adotivos comentam isso: 'tem que valorizar e amar a família que te criou'.
Aqui eu tenho uma família. Meus filhos são meus filhos. Eu e meu marido não somos 'a família que os criou'. Eu e meu marido, junto com eles, formamos uma família. E só!
Porque os filhos que desejam procurar suas famílias de origem são tão duramente atacados (inclusive por outros filhos adotivos!) se se entende que suas famílias não fizeram caridade?

Muita coisa para refletir, né?

Eu tenho comigo que
1. O amor que se constrói ao longo da vida não se apaga apenas porque o filho conhece sua mãe biológica, sua genitora ou seja lá o nome que queria dar.
2. A família não se desagrega porque um  filho, ou dois, ou três desejou conhecer sua(s) família(s) de origem.
3. Desejar buscar a família de origem não tem nada a ver com ingratidão ou falta de amor, assim como ao filho biológico, ir estudar no exterior e decidir ficar por lá também não tem.

Aí eu pergunto: qual é o objetivo da adoção? É dar criança para uma família ou é dar uma família para uma criança?
Se você respondeu dar uma família para uma criança, você acertou!
Ninguém procura uma criança que seja adequada para uma família, mas sim uma família que seja adequada para uma criança, ou duas, ou três.
Sendo assim é a família que é da criança e não a criança da família!

Vamos pensar e refletir, gente!
Nós adotamos para sermos pais, mas nossos filhos não são nossos. Nossos filhos são empréstimos de Deus, Ele nos confia esses pequenos seres para serem amados, criados da melhor forma possível, dentro de valores e princípios, mas eles não são nossos. São do mundo, são da vida e têm, sim, um passado que precisa ser respeitado e que, em surgindo curiosidade ou desejo de ser conhecido, precisa ser apoiado.
Amor e gratidão não têm nada a ver com isso. É pessoal, é desejo de identificação, é vontade de perguntar 'porque você me deu' olhando nos olhos.
O filho vai conhecer alguém por quem vai desejar constituir família, vai casar e vai embora de casa viver sua vida. O mesmo vai acontecer com a filha.
Com a mãe biológica isso nunca vai acontecer. Ela não é ameaça para um amor construído. Ela pode ser algo que falta para que o filho(a) faça a conexão entre o passado e o presente para ter um futuro mais feliz, mais pleno, mais livre!
E com amor e sabedoria pode-se somar ao invés de dividir.

Ah, sim, a teoria das maltratadoras, dos abusadores não cabe neste contexto uma vez que quando nossos filhos decidirem por conhecer esta origem (se decidirem!) já terão tido uma vida de amor, proteção e terão idade o suficiente para não sofrerem, mais, nenhum tipo de situação relacionada ao passado.
Ainda que tenha ocorrido algo assim, se ele quiser ir atrás para saber o que ficou lá, é um direito dele.

Ah, não quero que meu filho sofra com esta busca. O que ele poderá encontrar?
Naturalmente nenhum pai, nenhuma mãe que ame seus filhos vai querer que eles sofram, mas deixa eu contar uma novidade: eles sofrem! Siiiim, eles sofrem! Sofrer faz parte da vida! Sofrem por amor não correspondido, sofrem por não conseguirem o emprego que sonham, sofrem por não poderem ir a um tal show que tanto sonharam por algum motivo qualquer e podem sofrer desilusões, também!
É para isso que estamos ao lado deles: para sermos ombros, para acolhermos, ampararmos, secarmos as lágrimas com o nosso amor toda vez que eles sofrerem, seja por que motivo for, porque impedir que sofram, aaaah...isso não nos compete!

Cláudia

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Bullying na escola- vamos combater! (editado)

Imagem de Soraya Borges

Tem muita gente que não gosta de ouvir/ler frases como 'só quem é mãe sabe...', 'só quem é mãe entende...', porém só quem é mãe e teve um filho que sofreu bullying na escola sabe o que isso significa!
Geralmente o bullying na escola acontece de forma silenciosa e com a apoio ou a omissão dos adultos lá inseridos!
Bullying marca a criança para a vida toda e disso eu sei!
Quando a Taís sofreu bullying ela sofreu muito. Ela chorava dormindo, ela parou de comer, ela tinha dores de barriga para ir à escola, ela vomitava na porta da escola, ela teve febre e levou foi tempo para eu descobrir o que estava acontecendo. Veja post da época a respeito do ocorrido aqui ---►BABY BULLYING.
Eu tive que brigar muito para que a situação se resolvesse. Tive que ir a um psicólogo para que este afirmasse que o que minha filha sofria dentro de uma escola de educação infantil era bullying sim. Tive que ameaçar a diretora de denúncia à secretaria da educação, uma vez que esta ria e dizia que era tudo 'coisa de criança' e que eu via tv demais.
Resultado? Minha filha tem horror dessa escola até hoje. Não gosta de passar nem na porta. Todas as lembranças dela de lá são de sofrimento e ela teve até que um ano bom, lá. Infelizmente o que a marcou foram os últimos 3 meses.
Esta semana teve uma atividade em que ela tinha que dizer porque gosta da escola que estuda e a resposta foi: porque lá os amigos respeitam os outros.
Essa foi uma experiência que vai marcar a vida dela para sempre.
Vamos ensinar nossos filhos a conviverem em harmonia com as diferenças, a respeitar os colegas e a entender que somos todos HUMANOS, portanto, perante Deus, iguais, independente da cor da pele, independente da textura do cabelo, independente de qualquer coisa que possa diferenciar um do todo.
Bullying não é brincadeira, não é 'coisa de criança'!
Bullying é coisa séria!


Observe seu filho. Se mudar o comportamento e não disser nada, desconfie. Se conversar na escola e ouvir que está tudo bem, que não tem acontecido nada diferente com seu filho, desconfie, não da escola, mas que esteja acontecendo algo que nem mesmo a escola se deu conta!
Muitos casos de bullying são tratados como brincadeira.
Se detectar o bullying procure ajuda.

*Acho que postei sobre o bullying que a Taís sofreu, mas não postei a continuidade. Conforme falei acima, tive que brigar muito para que a situação se resolvesse devido à idade das crianças e devido ao pouco caso que a escola fez.
O psicólogo que a avaliou falou que crianças dessa idade não comentem o bullying intencional e deliberadamente como os adolescentes, porém o efeito de sofrimento emocional decorrente das ações das outras crianças estavam causando o efeito de bullying na Taís e tinha que ser resolvido logo sob o risco de em poucos dias todas as outras crianças estarem falando as mesmas coisas para ela.
Li nos comentários do post anterior pessoas falando que a situação não precisava ter chegado a esse ponto e eu concordo em gênero, número e grau. Se a professora tivesse tomado a atitude que tomou depois de todo esse estress no dia que falei com ela, tudo teria se resolvido na instância da sala de aula, afinal eram crianças de menos de 3 anos, porém todos os adultos da escola deram menor valor ao efeito, se apegaram em conceitos e empurraram com a barriga.
Eu, sob orientação do psicólogo, tive que arrastar minha filha para a escola até que essa situação toda se resolvesse, quando minha vontade era tirar ela de lá e não levar mais. Deixar em casa até o ano seguinte.

**Campanha iniciada no Facebook em solidariedade a uma mãe que está passando por este triste problema agora e não está tendo o apoio da escola para a sua solução!

Vamos dizer NÃO ao bullying na escola!


Cláudia

sábado, 13 de setembro de 2014

Pecados maternos: primeira visita ao pediatra!


Passeando pela net hoje li um texto que me remeteu à lembrança do meu primeiro pecado materno e, consequentemente, minha primeira culpa. Podemos dizer que foi o dia em que estreei nos insondáveis caminhos da culpa materna.
Vou relatar este episódio que hoje é engraçado, mas que quando aconteceu me deixou arrasada. rss

Mãe de Primeira Viagem

Quando a gente tem o primeiro filho tudo é novidade. Nos primeiros dias, até nos primeiros meses, tudo é vivido pela primeira vez.
Estava eu com um bebê de 15 dias quando fomos pela primeira vez ao pediatra.
O pediatra foi escolhido a dedo. Tinha que ser o mesmo que cuidou do meu irmão. Não poderia ser outro, afinal como eu poderia confiar em um médico que eu nunca vi?
Já fazia muito tempo que ele tinha deixado de ser pediatra do meu irmão...rss...e a lembrança que eu tinha dele era de um homem afável, sorridente e muito agradável com crianças. Em minhas memórias não figurava a lembrança de como ele era com as mães.

Dia da primeira consulta:

Eu queria impressionar o médico. Queria que ele me admirasse como mãe, que ele visse como o meu bebê era bem cuidado. Acordei ainda de madrugada, antes das 6h da manhã e separei a roupinha que ela iria vestir:
- 01 par de meias, body, mijão com pé, macacão, casaquinho de malha e um enfeite para os cabelos porque ela tinha muito cabelo. Devo dizer que tudo isso, tuuuuuudooooo era branco.
Imagine só que coisa mais linda começar a despir o bebê todo vestido de branco na frente do médico. Uiiiii...dava até emoção! Ozói ficavam marejados de tanta emoção!
E tira o bebê do berço, dá banho, veste tuuuudo aquilo ali de cima, dá mamá, espera arrotar, enfeita o cabelo da criança com o enfeitinho de velcro que não parava de jeito nenhum e que só servia para estressar. Isso tudo feito, pega-se o bebê, joga-se um chale de lã branco por cima e sai-se de casa com o peito cheio de felicidade por estar indo ao pe di a tra. Que sonho!
Há algo de errado nisso, tirando o enfeite de cabelos?
Eu diria que não se ela tivesse nascido nos meses de julho ou agosto, porém ela nasceu em meados de janeiro. Ooooh.
Para mim esse era o jeito certo de se vestir um bebê. Eu já tinha 27 anos e todos, absolutamente todos os bebês que eu conheci eram vestidos assim. Digamos que no lugar do body se utilizava o pagão que eram duas peças de cambraia ou de malha: uma sem mangas que amarrava nas costas e uma de mangas compridas que se amarrava na frente e a mãe tinha que ficar virando o bebê de barriga para baixo e de barriga para cima como se fazendo coquetel em coqueteleira. Como as duas peças ficavam abertas era necessário usar fita crepe Cremmer, que geralmente era colorida. (muitos risos)
 Nem sei se pagão ainda existe! Só sei que eu detestava e desejei dar abraços eternos em quem criou os bodys. rss

A consulta:

Sala de espera, bebê ficando impaciente, procurando peito, a mãe tira a mamadeira da bolsa e assim que o bebê começa a mamar a secretária anuncia que é a nossa vez.
A mãe toda boba entra no consultório dando a mamadeira para o bebê e, adentrando a sala, ainda teve tempo de ver um sorriso no rosto do médico antes que este fechasse a cara e perguntasse rispidamente:
- Porque é que essa criança está tomando mamadeira?
Não teve bom dia, não teve um prazer, sejam bem vindos, pois o papai estava junto. Nada! A primeira frase que ouvi já foi uma bronca.
Bochechas vermelhas, respondi que os peitos com leite estavam há alguns quilômetros de nós e por isso ela estava tomando mamadeira. Com isso ele sorriu novamente, apontou a cadeira e falou 'sentem-se por favor' de forma amigável para meu alívio, uma vez que já estava com vontade de sair correndo dali.
Alguns longos minutos conversando para que ele conhecesse melhor o meu bebê, chega o tão esperado momento 'mãe perfeita' de tirar as roupas na mesa de exame. "Ele achou ruim a mamadeira, mas agora vai ver como eu cuido muito bem dela" pensava eu inocentemente!
Deita o bebê sob os olhos atentos do pediatra. Tira o casaquinho. Abre o macacão e, conforme vai tirando a peça o pediatra olha indignado e pergunta, em sua forma originalmente ríspida:
- porque esta criança está com macacão e com outra roupa completa por baixo, mãe?
E aquela onda de calor e vontade de sumir invadiu novamente a mãe:
- porque é assim que se veste bebês recém-nascidos!
- quem disse isso, mãe?
- eu sempre vi os bebês serem vestidos assim...
- bebês que nascem no inverno, suponho?
- não, doutor! Qualquer bebê, em qualquer época do ano.
Nessa hora eu só sentia vontade de chorar, mas fui respondendo e tirando a roupa da criança. Tira o mijão e...aaah, estavam lá as meias! Ah, as meias! Que ódio que fiquei delas e de mim naquele momento! Vontade de engolir aquelas malditas meias!
- Eu não acredito que ela estava usando 3 meias!
- É um par de meias, só, doutor...
- Não senhora! O macacão tem pés, a calça tem pés e isso por si já constitui 2 meias, uma por cima da outra. Qual a necessidade de tanto agasalho nos pés dela?
- ...
Criança só de fraldas, suada, grudenta e cheia de brotoejas. Naturalmente veio mais bronca:
- Mãe, toda essa alergia dela é por causa do suor. Isso coça, incomoda e ela está assim graças a esse monte de roupas que você coloca nela!
E eis que veio a primeira culpa materna: eu fui a culpada de ela estar cheia de brotoejas! Não movia um músculo da face deixando permanecer apenas um sorriso pálido, mas mentalmente: buááááááááááaáááááá

Terminado o exame clínico nela ele me ensinou como dosar as roupas já no momento de vestí-la, mas eu não a vestia taaaanto assim em casa. Só quis causar boa impressão. Ainda assim as dicas foram valiosíssimas levando em conta que ela era muito calorenta.
Saí de lá desejando nunca ter ido, arrependida de não ter procurado um médico desconhecido porque, né, vai que ele não brigasse daquele jeito, que fosse mais bonzinho com mães de primeira viagem.

Esta foi a primeira consulta pediátrica da minha primeira filha. Foi difícil, foi traumática. Chorei dias toda vez que lembrava das broncas dele, da voz ríspida falando com energia.
Fiquei traumatizada de colocar roupas nela, também. Toda vez que o tempo esfriava e eu sentia que era necessário vestir mais, colocar pagão e body por baixo do macacão meus braços até doíam, meu coração ficava disparado e eu ficava atenta se os cabelos dela ficavam molhados de suor. Às primeiras gotas de suor já corria despi-la um pouco.
Fiquei em dúvida se tentava outro pediatra ou se continuava com ele, mas a confiança falou mais alto e decidi ir mais uma vez para sentir como seria. Fui na segunda consulta e foi maravilhoso!
Ele era um excelente médico, orientava tudo direitinho, me passava confiança e depois eu entendi que ele não adulava mãe. Ele queria que a mãe zelasse direito pelo bem estar da criança.
Ele era o pediatra e visava a criança, não a mãe, mas em se fazendo tudo direitinho ele era educado e muito agradável com a mãe também! (risos)
Vi muitas mães de primeira viagem saírem da sala dele chorando, mas eu aguentei firme. Deixei para chorar em casa. (risos)

E assim é a vida materna: a gente comete pequenos pecados ao longo da criação dos filhos, nos sentimos culpadas e no fim acaba dando tudo certo.

Beijos,

Cláudia

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Pequenas gotas de amor!

Sábado eu passei o dia de cama.
É...um programa nada legal para um sábado.
E quando uma mãe fica inutilizada doente, filho pequeno aproveita para fazer arte, não é mesmo?
Foi o dia inteiro um tal de 'mããããe, posso ligar o teclado?', dez minutos depois 'mããããe, posso subir na árvore (eu não estava deixando poque andou aparecendo marimbondos e ela é alérgica), mais dez minutos e 'mããããe, posso isso', 'mãããããe, posso aquilo'.
Passamos o dia nessa porque nada, nenhuma atividade apreende a atenção por mais de 10 minutos, até que:

- mããããe, posso fazer amarelinha no chão com carvão?
- não...
- aaaaaaah, purqueeeeê?
- porque você joga carvão na casa do vizinho. (sim, ela fez isso!)
- maiseu num vô jogá, mãããe!
- então pode, mas faz a amarelinha lá perto do muro.

Ela ficou boa parte da tarde no quintal, riscou o chão, brincou de amarelinha, chamou a Laica para pular amarelinha com ela, brigou porque a Laica não brincou direito, brincou de correr com a Laica.
Ontem quando saí no quintal pela manhã dou de cara com isso na parece:


Na hora que vi, primeiro achei fofo. Depois fiquei brava, afinal quem deixou a criança escrever na parede? Tudo bem que a parede está para ser reformada, está suja e tal, mas e se estivesse pronta?
Pensei em chamá-la para tirar satisfações e, mais uma vez, dar o chá de língua que não se escreve em parede, que agora as paredes estão feias, mas que logo estarão reformadas, que não vai mais poder escrever e todo aquele blá, blá, blá que uma chata boa mãe faria, mas me perdi no pensamento lendo e relendo a parede e, de repente, meus pensamentos fugiram para outro ponto. De repente a arte na parede ficou linda.
E ficou linda pelo significado. Num segundo eu olho e vejo rabiscos na parede, em outro eu olho e vejo:
- 1 conjunto (daqueles matemáticos, lembra?) com um título, um coração e nomes de componentes da nossa família. Todos eles, sem uma ordem, sem um grau de maior ou menor importância.



- um coração formando um conjunto: Deus e Jesus.


E então entrei e não a chamei. Deixei a obra de arte lá, quietinha, e ela pensando que eu não vi. Sim, porque eu sei que ela sabe que se eu visse, que iria brigar. rss
Passei o domingo pensando a respeito do significado da arte e concluí que ela é uma criança feliz, que se sente parte de um todo, que se sente amada e que está apreendendo tudo o que é importante, ou tudo o que eu e o pai dela valorizamos nesta vida: família, Deus, os ensinamentos de Jesus.

E quem tem família, Deus e Jesus tem tudo nesta vida para ser feliz.
E quem tem tudo nesta vida não precisa levar bronca por uma obra de arte!
Depois de muito pensar, concluí que a obra de arte dela, para mim, são pequenas gotas de amor que ela vem absorvendo como a terra absorve as pequenas gostas de orvalho!

Cláudia

sábado, 6 de setembro de 2014

Socorro! Achei um carrapato na parede!

Este não é um assunto muito empolgante para um sábado à noite, eu reconheço, porém acho que é importante!

Todo ano quando chega setembro, com ele chega a nova temporada de carrapatos!
Eu tenho a impressão que a cada ano eles estão ficando mais resistentes às medidas profiláticas.
No ano de 2013 tivemos muito, mas muito, mas muito trabalho para acabar com essa praga aqui em casa.
Não tinha remédio que fosse eficaz o suficiente para acabar com eles que, pela primeira vez, chegaram em duas espécies: aquele marrom, gordo, enooorme que fica no corpo dos nossos pets e um, que para mim foi novidade, bem pequenininho, parecendo pintinhas, que se alojavam apenas no focinho.
Estes pequeninos parece que procriam em progressão geométrica. Deusolivre.
Foram muitos meses, muitos remédios, muito nojo, muito bicho pelas paredes, nos cantos das janelas, em todo canto.
Sempre que eles aparecem eu dou o remédio por via oral e passo o medicamento de dorso.
No ano passado não foi muito eficaz.
Usamos tudo, tudo que se possa imaginar e mesmo assim eles proliferavam.
Confesso que fiquei traumatizada. Achei que nunca mais iria acabar com essa praga.
Foi só no início de 2014 que, finalmente, conseguimos não ter mais os indesejáveis bichinhos aqui, nem na cachorra, nem no ambiente.
De lá para cá não descuidei mais do medicamento de dorso. Todo mês um flaconete, mas o fato é que o carrapato não fica no ambiente o ano inteiro.
Ontem quando saía para levar a Taís na escola dei de cara com quem? Ele:


Estava imitando a dona Aranha: subindo na parede, só que quem o derrubou e o matou bem matadinho fui eu e não a chuva forte.
Corri dar uma inspecionada na Laica e, felizmente, não tinha nenhumzinho sequer. Como eles nunca estão sozinhos, acho que não caiu dela, até porque a presença deles dá muita coceira e ela não está se coçando. Creio que tenha vindo de algum lugar e ia ter seus milhares de filhotes na minha parede. Ia sim!
Como já tem pouco mais de um mês que a Laica recebeu o flaconete dorsal, corri comprar outro e já passei.
Agora tenho que fazer a profilaxia do ambiente: remédio para lavar o chão, a casinha e borrifar nas paredes, pó para colocar na casinha quando secar, para passar no pelo.
Uma trabalheira que desta vez tem o objetivo de impedir que eles se instalem nela e em todo o ambiente novamente.

O motivo é muito maior que nojo e, naturalmente, que o incômodo que ele causa na pobre coitada.
Carrapatos são transmissores de várias doenças e tem doenças bem graves que podem causar a morte.
Conversando com a dona do petshop ontem ela me disse que aumentou muito o número de cachorros doentes por causa de carrapatos no último ano.
Minha amiga Deborah já perdeu dois cães com uma das doenças provocadas pelo carrapato que afeta os rins do animal.
As doenças até são tratáveis, mas têm tratamento de alto custo, então o melhor, mesmo, é tentar evitar tanto pelo bem estar do pet, quanto pelo gasto.
Também existe uma espécie de carrapato: o estrela, que transmite doença para o ser humano e pode ser fatal.

Por conta disso deixo o alerta: mesmo se fazendo profilaxia, mesmo tendo coleira anti-carrapato ou colocando o medicamento de dorso, observe bem o ambiente, veja se não aparecem esses indesejáveis visitantes porque eles vêm de outros lugares.
Quando passear com o pet na rua, principalmente em parques onde há grama, dê uma inspecionada para ver se seu pet não trouxe algum para casa.
Posso afirmar que um carrapato faz um estrago tremendo. Eles ganham muitos, muitos bebês minúsculos que andam com uma rapidez absurda e se infiltram nos pelos com muita habilidade.
Eu sei porque a Laica é clara e eu 'pesquei' muitos bebezinhos dos pelos dela no ano passado.

A dica que a dona do petshop deu foi: não mate o carrapato estourado. Eu li que é quando ele seca que os bebês nascem, porém ela disse que, em estourando eles, os bebês nascem do mesmo jeito.
Ela sugeriu colocar em vidro com tampa ou colocar fogo.
Como não fiz pesquisa e não tenho certeza de como eles nascem, se nascem da mãe explodida, é melhor prevenir e não estourar os dito-cujos.

Beijusss,

Cláudia

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Blogagem Musical: Uma música


Bom, ainda é dia 04/09, quinta-feira, então dá tempo de participar da minha primeira Blogagem Musical da  Dani Moreno .
A proposta é escolher uma música da qual se possa falar algo a respeito, seja do clipe, do cantor, de algo que a música lembre quando é ouvida. Tenho várias músicas que gosto e que são significativas, mas escolhi esta:

Esperando na Janela - Cesar Menotti e Fabiano


Há alguns anos fiz uma edição em fotos para retrospectiva e a mãe da criança mandou este texto em meia folha de caderno para digitar no rodapé do vídeo:

Você é a escada da minha subida
Você é o amor da minha vida
É meu abrir de olhos no amanhecer
Verdade que me leva a viver
Você é a espera na janela
A ave que vem de longe tão bela
A esperança que arde em calor
Você é a tradução do que é o amor

Eu não conhecia. Fui pesquisar no Google para ver se encontrava algo e encontrei a música. Foi uma emoção que nem sei descrever.
A sensação que tive foi que a música descrevia a minha vida na espera pelos filhos!
Sabe quando você sente que você mesmo poderia ter escrito aquilo? Então! Foi essa a sensação!

Quando me perdi, você apareceu
Me fazendo rir do que aconteceu
E de medo olhei tudo ao meu redor
Só assim enxerguei que agora estou melhor

Por muito tempo me senti perdida . Eu sentia saudades de gente que eu não conhecia, de algo que eu não tinha vivido e foi com o nascimento de cada um deles que me encontrei e que passei a me sentir melhor e a me esforçar para ser uma pessoa melhor!

E a dor saiu, foi você quem me curou
Quando o mal partiu, fi que algo em mim mudou
No momento em que eu quis ficar junto de ti
E agora sou feliz , pois lhe tenho bem aqui.

E foi exatamente isso: com a chegada deles, a partir do momento em que eu quis e aceitei cada um deles para meus filhos, tudo mudou, toda aquela dor, toda aquela saudade, todo aquele sofrimento acabou!
E posso dizer, com isso, que só agora, com eles aqui, eu sou totalmente feliz.
Eles são o amor da minha vida. É por eles que eu abro os olhos todos os dias, a cada amanhecer.
São, verdadeiramente, a tradução do que é o amor, o maior amor que alguém pode sentir!

E toda vez que eu ouço esta música me dá um nó na garganta e não consigo conter as lágrimas.
Ela cala fundo no meu coração.
Ela traduz todo o sentimento de dor pela espera e toda a felicidade que sinto por tê-los comigo.

Cláudia