quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Faz um ano!

Hoje faz um ano que nossa família amanheceu dentro do pior pesadelo que uma família pode viver: o descontrole de um carro, o capotamento e uma vida ceifada instantaneamente.
Há um ano perdemos, neste plano de vida, uma de nossas crianças.

E na presença constante da ausência avolumam-se as lembranças!

Em seus 16 anos ela foi um bebê tranquilo e dorminhoco, uma criança alegre, ardida e cheia de energia, uma menina cheia e fantasias, uma adolescente cheia sonhos!
Menina encantada, amava as Princesas da Disney e acreditava que era uma princesa de verdade. Branca de Neve era sua preferida! Em suas fantasias infantis fez-se a própria Branca de Neve e levou outras crianças a viverem a fantasia de estarem com a verdadeira personagem encantada. 
Ela amava a cor de rosa e borboletas. Tinha horror de formigas.
Não resistia a nhoque, lasanha e sopa de feijão. Doritos, Kit-Kat e Coca-Cola eram sua paixão! 
Era perfeccionista desde pequena. Tudo dela tinha que ficar perfeito e ai de quem estivesse perto se suas lições não ficassem como ela queria. Era choro e birra na certa. A letra tinha que ser impecável, a folha não poderia ter uma mínima orelha ou dobrinha. Massinhas e tintas? Ah, essas não podiam ter as cores misturadas. Quantas guerras viveram as duas primas tão diferentes neste sentido! 
Figura irreverente e engraçada. Totalmente desligada. Nunca compreendia uma piada na hora. 
Falava sem parar. Nos almoços de família sua voz, imbatível no timbre, tomava conta do ambiente.
Não sentia vergonha de amar e de expressar seu amor. Elogiava e dizia que amava incansavelmente, mas amava com desprendimento. Era alma livre que queria provar o mundo.
Deixou como legado a alegria e a espontaneidade.

Esta é a Hisla que vive em minhas lembranças, em minhas memórias: a da menina de riso fácil e de alto-astral.
A princesa que virou borboleta e foi entregue nas mãos de Deus!

Aonde estiver, espero de coração que esteja bem e que nada deste plano daqui possa te afetar ou deixar triste.
Um dia todos nós nos encontraremos porque a morte...ah, a morte não existe. É apenas uma viagem!
Que Deus te abençoe e te cuide.

A todos que te conheceram e te amam, que o dia seja de boas lembranças e de orações!



Esta música foi feita para uma menininha que amava borboletas e que se foi para o outro plano de vida ainda criança. Sempre me tocou muito e ficou perfeita para ela, nossa princesa-borboleta.

sábado, 29 de novembro de 2014

Desprender dói, mas é necessário!

Imagem retirada de Toca da Cotia
Eu sou o tipo de mãe que tem sempre uma guerra dentro de si entre a razão e a emoção!
Desde que minha filha mais velha entrou na escolinha aos 3 anos, se dependesse só da minha vontade ela nunca, jamais teria ido a um passeio escolar.
O primeiro passeio que ela foi levou duas míseras horas, porém eu não conseguia caber dentro do apartamento de tão agoniada. Fiquei estas duas horas andando pelo condomínio com o filho do meio no colo esperando o tempo passar, com a chave do carro nas mãos olhando o relógio a cada segundo. Situações assim fazem duas horas parecerem dois séculos.
Depois desse passeio vieram outros, depois o filho do meio entrou na escola também e a situação se repetiu. Os dois iram para os passeios juntos e eu ficava que não me aguentava em casa. Barata tonta me definia nessas situações. Eu só pensava na hora de buscar as crias.
Eles nunca dormiram fora de casa antes de entrarem na adolescência. Isso era impensável.
Saindo do âmbito escolar, a filha mais velha fez sua primeira viagem sem mim, o pai e os irmãos aos 10 anos. Ficou 5 dias fora, com os avós e a prima num cruzeiro.
Gente, para quem sofria com 1 dia, imagine o que foram 5 dias, né? Mas os menores ficaram comigo, a caçula tinha problemas de saúde que me exigiam dedicação, então deu para conciliar a dor no estômago com a vida real.
O filho do meio fez sua primeira viagem sem nós, com os avós e o primo, aos 12 anos. Também foram dias difíceis que foram engolidos pela rotina de uma criança pequena  e o consolo de a grande ter ficado.
Para mim essas experiências são muito ruins. Muito mesmo. E não é questão de falta de confiança porque se eu não confiasse eles não iriam jamais.
Passeios de escola são importantes para a autoconfiança da criança e também estão inseridos num contexto de aprendizagem do conteúdo escolar. Se a gente coloca um filho numa determinada escola a gente precisa confiar que é a melhor e precisa confiar em quem está com nossos filhos cinco dias da semana durante o ano inteiro por, no mínimo, quatro horas diárias.
Passeios com parentes como avós, tios, padrinhos ou pais dos melhores amigos também são importantes, mas que é ruim, é. Não nego.
Este final de semana estou vivendo uma nova experiência destas: é a primeira viagem da caçula sem eu e o pai.
Meu irmão e minha cunhada estão de férias e planejaram uma viagem com todos os sobrinhos. É...então! Este final de semana três dos meus três filhos estão passeando e é a primeira vez da pequena que está com 7 anos.
Foi uma semana de expectativas e ansiedades para todos, porém muito mais para ela que nunca viajou sem a mamãe. Ela ficou num misto de felicidade e pesar, ora querendo muito saber como era o lugar para onde iam, o que ia acontecer, ora falando que sentiria minha falta. Pensa que é fácil passar confiança quando o filho pequeno só falta pedir para você ir junto? Ah, mas não é mesmo! Eu a abraçava e falava: eu também vou sentir sua falta, mas são poucos dias e você vai se divertir muito.
Nada disso é mentira, né? kkk
Como 'todo mundo' ia passear eu fiz meus planejamentos também. Queria fazer um sem-número de coisas que só consigo fazer quando estou sozinha, ou que eu curto mais quando estou sozinha, mas o que foi que aconteceu? Levantei com uma dor de cabeça terrível. Visitinha do tal de Murphy, né? kkk
É possível que seja meu organismo reagindo à minha guerra interna, ou pode ser apenas uma enxaqueca comum, o fato é que apesar do mal estar que me acomete eu não me arrependo de deixar que meus passarinhos aqueçam as asas para, um dia, terem segurança de ganharem o mundo.
Eles não são meus, minhas propriedades. Eles são companheiros de jornada, seres que Deus me confiou para educar, amar, orientar e que vão seguir seus caminhos um dia. Eu e o pai somos o porto seguro para onde eles poderão voltar sempre que quiserem ou sempre que precisarem renovar as energias para novos voos, para novas experiências.
É por ter consciência disso que eu me abro para este desprendimento tão difícil de ser praticado.
A felicidade que eles chegam sempre dos passeios compensa toda a minha agonia, toda a minha barata tontisse e até a possível enxaqueca.
Sobre passeios de escola, uma confidência: mesmo depois de todos estes anos eu ainda choro vendo o ônibus partir, mas tudo bem. Sou chorona, mesmo! ahaha

Como eu poderia privá-la de tamanha felicidade?


E com esta imagem eu sigo esperando as horas passarem para que o dia de amanhã, juntamente com o retorno deles, chegue para encher novamente minha casa e minha vida.

Cláudia

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

MEU filho, MINHA filha! São nossos? Temos certificado de propriedade?


Gente, estou participando de um debate...se é que se pode assim dizer...num post a respeito de uma filha adotiva à procura de sua mãe biológica e posso afirmar que os comentários são os mais variados. Alguns duros, alguns muito duros, alguns nem tanto assim, então estava aqui lavando minha louça, colocando minha roupa para lavar porque preciso da água da máquina para limpar o chão - racionamento e falta de água, né, gentchy - e comecei a refletir a respeito.

Em todas as religiões cristãs se diz que somos todos filhos de Deus, portanto irmãos. Isso inclui os filhos, certo?
Todo mundo compartilha e acha lindo o poema Definição de Filho do José Saramago que fala que filhos são empréstimos de Deus. Okay?
Muita gente diz...eu já ouvi muito e concordo 1000% (não escrevi errado. É mil, mesmo!) que os pais devem criar os filhos para o mundo.

Oras, então porque cargas d'água é tão difícil de se aceitar que um filho adotivo queira, precise ou deseje encontrar sua família biológica para conhecer seu passado, ou saber com quem se parece, ou seja lá que motivo for que o faça ter essa vontade?
Filhos biológicos sonham em ir para o exterior estudar e alguns nunca mais voltam. Foram ingratos com os pais? Foram movidos por falta de amor ou apenas, veja bem, APENAS, buscaram o caminho que sonharam?
Filhos casam todos os dias e vão embora. São ingratos por deixarem a casa dos pais? Ah, isso é diferente, faz parte da vida!
E ir morar fora não faz parte da vida daqueles filhos que foram?
E irem morar sozinhos porque não querem mais ficar morando com os pais depois de certa idade também faz parte da vida ou seria ingratidão?
Ah, mas filho biológico é biológico. Tem a minha origem. O kay, mas o filho biológico não busca outras necessidades, não acalenta em sua alma outros desejos? Você quer que ele seja médico, mas ele quer ser piloto de avião. Você sonha que ela seja dentista, mas ela quer ser designer de bolo ou personal trainer. Você sonha que ele seja um engenheiro, mas ele quer ser professor de filosofia!
Não atender aos desejos e anseios dos pais é ser ingrato?
Porque é que alguns aspirantes a pais adotivos ou mesmo os que já são pais adotivos anseiam  que o filho esqueça e apague de vez o seu passado e a existência de uma família biológica?
Porque hoje em dia se propaga tanto a importância de contar a verdade, que o filho precisa saber a verdade sobre ser adotivo, mas não se aceita que o filho possa vir a ter o desejo de conhecer a família de origem?
Porque o desejo de buscar a família de origem é considerada ingratidão se quando adotamos não estamos fazendo caridade? Não é isso que se fala tanto nas redes sociais, também? Adotar não é caridade? Se não é, então porque o filho desejar conhecer a biológica torna-se ingratidão?
De onde se tira que filho que quer conhecer sua origem não ama ou não valoriza 'a família que a criou'. Gente, filhos adotivos comentam isso: 'tem que valorizar e amar a família que te criou'.
Aqui eu tenho uma família. Meus filhos são meus filhos. Eu e meu marido não somos 'a família que os criou'. Eu e meu marido, junto com eles, formamos uma família. E só!
Porque os filhos que desejam procurar suas famílias de origem são tão duramente atacados (inclusive por outros filhos adotivos!) se se entende que suas famílias não fizeram caridade?

Muita coisa para refletir, né?

Eu tenho comigo que
1. O amor que se constrói ao longo da vida não se apaga apenas porque o filho conhece sua mãe biológica, sua genitora ou seja lá o nome que queria dar.
2. A família não se desagrega porque um  filho, ou dois, ou três desejou conhecer sua(s) família(s) de origem.
3. Desejar buscar a família de origem não tem nada a ver com ingratidão ou falta de amor, assim como ao filho biológico, ir estudar no exterior e decidir ficar por lá também não tem.

Aí eu pergunto: qual é o objetivo da adoção? É dar criança para uma família ou é dar uma família para uma criança?
Se você respondeu dar uma família para uma criança, você acertou!
Ninguém procura uma criança que seja adequada para uma família, mas sim uma família que seja adequada para uma criança, ou duas, ou três.
Sendo assim é a família que é da criança e não a criança da família!

Vamos pensar e refletir, gente!
Nós adotamos para sermos pais, mas nossos filhos não são nossos. Nossos filhos são empréstimos de Deus, Ele nos confia esses pequenos seres para serem amados, criados da melhor forma possível, dentro de valores e princípios, mas eles não são nossos. São do mundo, são da vida e têm, sim, um passado que precisa ser respeitado e que, em surgindo curiosidade ou desejo de ser conhecido, precisa ser apoiado.
Amor e gratidão não têm nada a ver com isso. É pessoal, é desejo de identificação, é vontade de perguntar 'porque você me deu' olhando nos olhos.
O filho vai conhecer alguém por quem vai desejar constituir família, vai casar e vai embora de casa viver sua vida. O mesmo vai acontecer com a filha.
Com a mãe biológica isso nunca vai acontecer. Ela não é ameaça para um amor construído. Ela pode ser algo que falta para que o filho(a) faça a conexão entre o passado e o presente para ter um futuro mais feliz, mais pleno, mais livre!
E com amor e sabedoria pode-se somar ao invés de dividir.

Ah, sim, a teoria das maltratadoras, dos abusadores não cabe neste contexto uma vez que quando nossos filhos decidirem por conhecer esta origem (se decidirem!) já terão tido uma vida de amor, proteção e terão idade o suficiente para não sofrerem, mais, nenhum tipo de situação relacionada ao passado.
Ainda que tenha ocorrido algo assim, se ele quiser ir atrás para saber o que ficou lá, é um direito dele.

Ah, não quero que meu filho sofra com esta busca. O que ele poderá encontrar?
Naturalmente nenhum pai, nenhuma mãe que ame seus filhos vai querer que eles sofram, mas deixa eu contar uma novidade: eles sofrem! Siiiim, eles sofrem! Sofrer faz parte da vida! Sofrem por amor não correspondido, sofrem por não conseguirem o emprego que sonham, sofrem por não poderem ir a um tal show que tanto sonharam por algum motivo qualquer e podem sofrer desilusões, também!
É para isso que estamos ao lado deles: para sermos ombros, para acolhermos, ampararmos, secarmos as lágrimas com o nosso amor toda vez que eles sofrerem, seja por que motivo for, porque impedir que sofram, aaaah...isso não nos compete!

Cláudia

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Bullying na escola- vamos combater! (editado)

Imagem de Soraya Borges

Tem muita gente que não gosta de ouvir/ler frases como 'só quem é mãe sabe...', 'só quem é mãe entende...', porém só quem é mãe e teve um filho que sofreu bullying na escola sabe o que isso significa!
Geralmente o bullying na escola acontece de forma silenciosa e com a apoio ou a omissão dos adultos lá inseridos!
Bullying marca a criança para a vida toda e disso eu sei!
Quando a Taís sofreu bullying ela sofreu muito. Ela chorava dormindo, ela parou de comer, ela tinha dores de barriga para ir à escola, ela vomitava na porta da escola, ela teve febre e levou foi tempo para eu descobrir o que estava acontecendo. Veja post da época a respeito do ocorrido aqui ---►BABY BULLYING.
Eu tive que brigar muito para que a situação se resolvesse. Tive que ir a um psicólogo para que este afirmasse que o que minha filha sofria dentro de uma escola de educação infantil era bullying sim. Tive que ameaçar a diretora de denúncia à secretaria da educação, uma vez que esta ria e dizia que era tudo 'coisa de criança' e que eu via tv demais.
Resultado? Minha filha tem horror dessa escola até hoje. Não gosta de passar nem na porta. Todas as lembranças dela de lá são de sofrimento e ela teve até que um ano bom, lá. Infelizmente o que a marcou foram os últimos 3 meses.
Esta semana teve uma atividade em que ela tinha que dizer porque gosta da escola que estuda e a resposta foi: porque lá os amigos respeitam os outros.
Essa foi uma experiência que vai marcar a vida dela para sempre.
Vamos ensinar nossos filhos a conviverem em harmonia com as diferenças, a respeitar os colegas e a entender que somos todos HUMANOS, portanto, perante Deus, iguais, independente da cor da pele, independente da textura do cabelo, independente de qualquer coisa que possa diferenciar um do todo.
Bullying não é brincadeira, não é 'coisa de criança'!
Bullying é coisa séria!


Observe seu filho. Se mudar o comportamento e não disser nada, desconfie. Se conversar na escola e ouvir que está tudo bem, que não tem acontecido nada diferente com seu filho, desconfie, não da escola, mas que esteja acontecendo algo que nem mesmo a escola se deu conta!
Muitos casos de bullying são tratados como brincadeira.
Se detectar o bullying procure ajuda.

*Acho que postei sobre o bullying que a Taís sofreu, mas não postei a continuidade. Conforme falei acima, tive que brigar muito para que a situação se resolvesse devido à idade das crianças e devido ao pouco caso que a escola fez.
O psicólogo que a avaliou falou que crianças dessa idade não comentem o bullying intencional e deliberadamente como os adolescentes, porém o efeito de sofrimento emocional decorrente das ações das outras crianças estavam causando o efeito de bullying na Taís e tinha que ser resolvido logo sob o risco de em poucos dias todas as outras crianças estarem falando as mesmas coisas para ela.
Li nos comentários do post anterior pessoas falando que a situação não precisava ter chegado a esse ponto e eu concordo em gênero, número e grau. Se a professora tivesse tomado a atitude que tomou depois de todo esse estress no dia que falei com ela, tudo teria se resolvido na instância da sala de aula, afinal eram crianças de menos de 3 anos, porém todos os adultos da escola deram menor valor ao efeito, se apegaram em conceitos e empurraram com a barriga.
Eu, sob orientação do psicólogo, tive que arrastar minha filha para a escola até que essa situação toda se resolvesse, quando minha vontade era tirar ela de lá e não levar mais. Deixar em casa até o ano seguinte.

**Campanha iniciada no Facebook em solidariedade a uma mãe que está passando por este triste problema agora e não está tendo o apoio da escola para a sua solução!

Vamos dizer NÃO ao bullying na escola!


Cláudia

sábado, 13 de setembro de 2014

Pecados maternos: primeira visita ao pediatra!


Passeando pela net hoje li um texto que me remeteu à lembrança do meu primeiro pecado materno e, consequentemente, minha primeira culpa. Podemos dizer que foi o dia em que estreei nos insondáveis caminhos da culpa materna.
Vou relatar este episódio que hoje é engraçado, mas que quando aconteceu me deixou arrasada. rss

Mãe de Primeira Viagem

Quando a gente tem o primeiro filho tudo é novidade. Nos primeiros dias, até nos primeiros meses, tudo é vivido pela primeira vez.
Estava eu com um bebê de 15 dias quando fomos pela primeira vez ao pediatra.
O pediatra foi escolhido a dedo. Tinha que ser o mesmo que cuidou do meu irmão. Não poderia ser outro, afinal como eu poderia confiar em um médico que eu nunca vi?
Já fazia muito tempo que ele tinha deixado de ser pediatra do meu irmão...rss...e a lembrança que eu tinha dele era de um homem afável, sorridente e muito agradável com crianças. Em minhas memórias não figurava a lembrança de como ele era com as mães.

Dia da primeira consulta:

Eu queria impressionar o médico. Queria que ele me admirasse como mãe, que ele visse como o meu bebê era bem cuidado. Acordei ainda de madrugada, antes das 6h da manhã e separei a roupinha que ela iria vestir:
- 01 par de meias, body, mijão com pé, macacão, casaquinho de malha e um enfeite para os cabelos porque ela tinha muito cabelo. Devo dizer que tudo isso, tuuuuuudooooo era branco.
Imagine só que coisa mais linda começar a despir o bebê todo vestido de branco na frente do médico. Uiiiii...dava até emoção! Ozói ficavam marejados de tanta emoção!
E tira o bebê do berço, dá banho, veste tuuuudo aquilo ali de cima, dá mamá, espera arrotar, enfeita o cabelo da criança com o enfeitinho de velcro que não parava de jeito nenhum e que só servia para estressar. Isso tudo feito, pega-se o bebê, joga-se um chale de lã branco por cima e sai-se de casa com o peito cheio de felicidade por estar indo ao pe di a tra. Que sonho!
Há algo de errado nisso, tirando o enfeite de cabelos?
Eu diria que não se ela tivesse nascido nos meses de julho ou agosto, porém ela nasceu em meados de janeiro. Ooooh.
Para mim esse era o jeito certo de se vestir um bebê. Eu já tinha 27 anos e todos, absolutamente todos os bebês que eu conheci eram vestidos assim. Digamos que no lugar do body se utilizava o pagão que eram duas peças de cambraia ou de malha: uma sem mangas que amarrava nas costas e uma de mangas compridas que se amarrava na frente e a mãe tinha que ficar virando o bebê de barriga para baixo e de barriga para cima como se fazendo coquetel em coqueteleira. Como as duas peças ficavam abertas era necessário usar fita crepe Cremmer, que geralmente era colorida. (muitos risos)
 Nem sei se pagão ainda existe! Só sei que eu detestava e desejei dar abraços eternos em quem criou os bodys. rss

A consulta:

Sala de espera, bebê ficando impaciente, procurando peito, a mãe tira a mamadeira da bolsa e assim que o bebê começa a mamar a secretária anuncia que é a nossa vez.
A mãe toda boba entra no consultório dando a mamadeira para o bebê e, adentrando a sala, ainda teve tempo de ver um sorriso no rosto do médico antes que este fechasse a cara e perguntasse rispidamente:
- Porque é que essa criança está tomando mamadeira?
Não teve bom dia, não teve um prazer, sejam bem vindos, pois o papai estava junto. Nada! A primeira frase que ouvi já foi uma bronca.
Bochechas vermelhas, respondi que os peitos com leite estavam há alguns quilômetros de nós e por isso ela estava tomando mamadeira. Com isso ele sorriu novamente, apontou a cadeira e falou 'sentem-se por favor' de forma amigável para meu alívio, uma vez que já estava com vontade de sair correndo dali.
Alguns longos minutos conversando para que ele conhecesse melhor o meu bebê, chega o tão esperado momento 'mãe perfeita' de tirar as roupas na mesa de exame. "Ele achou ruim a mamadeira, mas agora vai ver como eu cuido muito bem dela" pensava eu inocentemente!
Deita o bebê sob os olhos atentos do pediatra. Tira o casaquinho. Abre o macacão e, conforme vai tirando a peça o pediatra olha indignado e pergunta, em sua forma originalmente ríspida:
- porque esta criança está com macacão e com outra roupa completa por baixo, mãe?
E aquela onda de calor e vontade de sumir invadiu novamente a mãe:
- porque é assim que se veste bebês recém-nascidos!
- quem disse isso, mãe?
- eu sempre vi os bebês serem vestidos assim...
- bebês que nascem no inverno, suponho?
- não, doutor! Qualquer bebê, em qualquer época do ano.
Nessa hora eu só sentia vontade de chorar, mas fui respondendo e tirando a roupa da criança. Tira o mijão e...aaah, estavam lá as meias! Ah, as meias! Que ódio que fiquei delas e de mim naquele momento! Vontade de engolir aquelas malditas meias!
- Eu não acredito que ela estava usando 3 meias!
- É um par de meias, só, doutor...
- Não senhora! O macacão tem pés, a calça tem pés e isso por si já constitui 2 meias, uma por cima da outra. Qual a necessidade de tanto agasalho nos pés dela?
- ...
Criança só de fraldas, suada, grudenta e cheia de brotoejas. Naturalmente veio mais bronca:
- Mãe, toda essa alergia dela é por causa do suor. Isso coça, incomoda e ela está assim graças a esse monte de roupas que você coloca nela!
E eis que veio a primeira culpa materna: eu fui a culpada de ela estar cheia de brotoejas! Não movia um músculo da face deixando permanecer apenas um sorriso pálido, mas mentalmente: buááááááááááaáááááá

Terminado o exame clínico nela ele me ensinou como dosar as roupas já no momento de vestí-la, mas eu não a vestia taaaanto assim em casa. Só quis causar boa impressão. Ainda assim as dicas foram valiosíssimas levando em conta que ela era muito calorenta.
Saí de lá desejando nunca ter ido, arrependida de não ter procurado um médico desconhecido porque, né, vai que ele não brigasse daquele jeito, que fosse mais bonzinho com mães de primeira viagem.

Esta foi a primeira consulta pediátrica da minha primeira filha. Foi difícil, foi traumática. Chorei dias toda vez que lembrava das broncas dele, da voz ríspida falando com energia.
Fiquei traumatizada de colocar roupas nela, também. Toda vez que o tempo esfriava e eu sentia que era necessário vestir mais, colocar pagão e body por baixo do macacão meus braços até doíam, meu coração ficava disparado e eu ficava atenta se os cabelos dela ficavam molhados de suor. Às primeiras gotas de suor já corria despi-la um pouco.
Fiquei em dúvida se tentava outro pediatra ou se continuava com ele, mas a confiança falou mais alto e decidi ir mais uma vez para sentir como seria. Fui na segunda consulta e foi maravilhoso!
Ele era um excelente médico, orientava tudo direitinho, me passava confiança e depois eu entendi que ele não adulava mãe. Ele queria que a mãe zelasse direito pelo bem estar da criança.
Ele era o pediatra e visava a criança, não a mãe, mas em se fazendo tudo direitinho ele era educado e muito agradável com a mãe também! (risos)
Vi muitas mães de primeira viagem saírem da sala dele chorando, mas eu aguentei firme. Deixei para chorar em casa. (risos)

E assim é a vida materna: a gente comete pequenos pecados ao longo da criação dos filhos, nos sentimos culpadas e no fim acaba dando tudo certo.

Beijos,

Cláudia

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Pequenas gotas de amor!

Sábado eu passei o dia de cama.
É...um programa nada legal para um sábado.
E quando uma mãe fica inutilizada doente, filho pequeno aproveita para fazer arte, não é mesmo?
Foi o dia inteiro um tal de 'mããããe, posso ligar o teclado?', dez minutos depois 'mããããe, posso subir na árvore (eu não estava deixando poque andou aparecendo marimbondos e ela é alérgica), mais dez minutos e 'mããããe, posso isso', 'mãããããe, posso aquilo'.
Passamos o dia nessa porque nada, nenhuma atividade apreende a atenção por mais de 10 minutos, até que:

- mããããe, posso fazer amarelinha no chão com carvão?
- não...
- aaaaaaah, purqueeeeê?
- porque você joga carvão na casa do vizinho. (sim, ela fez isso!)
- maiseu num vô jogá, mãããe!
- então pode, mas faz a amarelinha lá perto do muro.

Ela ficou boa parte da tarde no quintal, riscou o chão, brincou de amarelinha, chamou a Laica para pular amarelinha com ela, brigou porque a Laica não brincou direito, brincou de correr com a Laica.
Ontem quando saí no quintal pela manhã dou de cara com isso na parece:


Na hora que vi, primeiro achei fofo. Depois fiquei brava, afinal quem deixou a criança escrever na parede? Tudo bem que a parede está para ser reformada, está suja e tal, mas e se estivesse pronta?
Pensei em chamá-la para tirar satisfações e, mais uma vez, dar o chá de língua que não se escreve em parede, que agora as paredes estão feias, mas que logo estarão reformadas, que não vai mais poder escrever e todo aquele blá, blá, blá que uma chata boa mãe faria, mas me perdi no pensamento lendo e relendo a parede e, de repente, meus pensamentos fugiram para outro ponto. De repente a arte na parede ficou linda.
E ficou linda pelo significado. Num segundo eu olho e vejo rabiscos na parede, em outro eu olho e vejo:
- 1 conjunto (daqueles matemáticos, lembra?) com um título, um coração e nomes de componentes da nossa família. Todos eles, sem uma ordem, sem um grau de maior ou menor importância.



- um coração formando um conjunto: Deus e Jesus.


E então entrei e não a chamei. Deixei a obra de arte lá, quietinha, e ela pensando que eu não vi. Sim, porque eu sei que ela sabe que se eu visse, que iria brigar. rss
Passei o domingo pensando a respeito do significado da arte e concluí que ela é uma criança feliz, que se sente parte de um todo, que se sente amada e que está apreendendo tudo o que é importante, ou tudo o que eu e o pai dela valorizamos nesta vida: família, Deus, os ensinamentos de Jesus.

E quem tem família, Deus e Jesus tem tudo nesta vida para ser feliz.
E quem tem tudo nesta vida não precisa levar bronca por uma obra de arte!
Depois de muito pensar, concluí que a obra de arte dela, para mim, são pequenas gotas de amor que ela vem absorvendo como a terra absorve as pequenas gostas de orvalho!

Cláudia

sábado, 6 de setembro de 2014

Socorro! Achei um carrapato na parede!

Este não é um assunto muito empolgante para um sábado à noite, eu reconheço, porém acho que é importante!

Todo ano quando chega setembro, com ele chega a nova temporada de carrapatos!
Eu tenho a impressão que a cada ano eles estão ficando mais resistentes às medidas profiláticas.
No ano de 2013 tivemos muito, mas muito, mas muito trabalho para acabar com essa praga aqui em casa.
Não tinha remédio que fosse eficaz o suficiente para acabar com eles que, pela primeira vez, chegaram em duas espécies: aquele marrom, gordo, enooorme que fica no corpo dos nossos pets e um, que para mim foi novidade, bem pequenininho, parecendo pintinhas, que se alojavam apenas no focinho.
Estes pequeninos parece que procriam em progressão geométrica. Deusolivre.
Foram muitos meses, muitos remédios, muito nojo, muito bicho pelas paredes, nos cantos das janelas, em todo canto.
Sempre que eles aparecem eu dou o remédio por via oral e passo o medicamento de dorso.
No ano passado não foi muito eficaz.
Usamos tudo, tudo que se possa imaginar e mesmo assim eles proliferavam.
Confesso que fiquei traumatizada. Achei que nunca mais iria acabar com essa praga.
Foi só no início de 2014 que, finalmente, conseguimos não ter mais os indesejáveis bichinhos aqui, nem na cachorra, nem no ambiente.
De lá para cá não descuidei mais do medicamento de dorso. Todo mês um flaconete, mas o fato é que o carrapato não fica no ambiente o ano inteiro.
Ontem quando saía para levar a Taís na escola dei de cara com quem? Ele:


Estava imitando a dona Aranha: subindo na parede, só que quem o derrubou e o matou bem matadinho fui eu e não a chuva forte.
Corri dar uma inspecionada na Laica e, felizmente, não tinha nenhumzinho sequer. Como eles nunca estão sozinhos, acho que não caiu dela, até porque a presença deles dá muita coceira e ela não está se coçando. Creio que tenha vindo de algum lugar e ia ter seus milhares de filhotes na minha parede. Ia sim!
Como já tem pouco mais de um mês que a Laica recebeu o flaconete dorsal, corri comprar outro e já passei.
Agora tenho que fazer a profilaxia do ambiente: remédio para lavar o chão, a casinha e borrifar nas paredes, pó para colocar na casinha quando secar, para passar no pelo.
Uma trabalheira que desta vez tem o objetivo de impedir que eles se instalem nela e em todo o ambiente novamente.

O motivo é muito maior que nojo e, naturalmente, que o incômodo que ele causa na pobre coitada.
Carrapatos são transmissores de várias doenças e tem doenças bem graves que podem causar a morte.
Conversando com a dona do petshop ontem ela me disse que aumentou muito o número de cachorros doentes por causa de carrapatos no último ano.
Minha amiga Deborah já perdeu dois cães com uma das doenças provocadas pelo carrapato que afeta os rins do animal.
As doenças até são tratáveis, mas têm tratamento de alto custo, então o melhor, mesmo, é tentar evitar tanto pelo bem estar do pet, quanto pelo gasto.
Também existe uma espécie de carrapato: o estrela, que transmite doença para o ser humano e pode ser fatal.

Por conta disso deixo o alerta: mesmo se fazendo profilaxia, mesmo tendo coleira anti-carrapato ou colocando o medicamento de dorso, observe bem o ambiente, veja se não aparecem esses indesejáveis visitantes porque eles vêm de outros lugares.
Quando passear com o pet na rua, principalmente em parques onde há grama, dê uma inspecionada para ver se seu pet não trouxe algum para casa.
Posso afirmar que um carrapato faz um estrago tremendo. Eles ganham muitos, muitos bebês minúsculos que andam com uma rapidez absurda e se infiltram nos pelos com muita habilidade.
Eu sei porque a Laica é clara e eu 'pesquei' muitos bebezinhos dos pelos dela no ano passado.

A dica que a dona do petshop deu foi: não mate o carrapato estourado. Eu li que é quando ele seca que os bebês nascem, porém ela disse que, em estourando eles, os bebês nascem do mesmo jeito.
Ela sugeriu colocar em vidro com tampa ou colocar fogo.
Como não fiz pesquisa e não tenho certeza de como eles nascem, se nascem da mãe explodida, é melhor prevenir e não estourar os dito-cujos.

Beijusss,

Cláudia

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Blogagem Musical: Uma música


Bom, ainda é dia 04/09, quinta-feira, então dá tempo de participar da minha primeira Blogagem Musical da  Dani Moreno .
A proposta é escolher uma música da qual se possa falar algo a respeito, seja do clipe, do cantor, de algo que a música lembre quando é ouvida. Tenho várias músicas que gosto e que são significativas, mas escolhi esta:

Esperando na Janela - Cesar Menotti e Fabiano


Há alguns anos fiz uma edição em fotos para retrospectiva e a mãe da criança mandou este texto em meia folha de caderno para digitar no rodapé do vídeo:

Você é a escada da minha subida
Você é o amor da minha vida
É meu abrir de olhos no amanhecer
Verdade que me leva a viver
Você é a espera na janela
A ave que vem de longe tão bela
A esperança que arde em calor
Você é a tradução do que é o amor

Eu não conhecia. Fui pesquisar no Google para ver se encontrava algo e encontrei a música. Foi uma emoção que nem sei descrever.
A sensação que tive foi que a música descrevia a minha vida na espera pelos filhos!
Sabe quando você sente que você mesmo poderia ter escrito aquilo? Então! Foi essa a sensação!

Quando me perdi, você apareceu
Me fazendo rir do que aconteceu
E de medo olhei tudo ao meu redor
Só assim enxerguei que agora estou melhor

Por muito tempo me senti perdida . Eu sentia saudades de gente que eu não conhecia, de algo que eu não tinha vivido e foi com o nascimento de cada um deles que me encontrei e que passei a me sentir melhor e a me esforçar para ser uma pessoa melhor!

E a dor saiu, foi você quem me curou
Quando o mal partiu, fi que algo em mim mudou
No momento em que eu quis ficar junto de ti
E agora sou feliz , pois lhe tenho bem aqui.

E foi exatamente isso: com a chegada deles, a partir do momento em que eu quis e aceitei cada um deles para meus filhos, tudo mudou, toda aquela dor, toda aquela saudade, todo aquele sofrimento acabou!
E posso dizer, com isso, que só agora, com eles aqui, eu sou totalmente feliz.
Eles são o amor da minha vida. É por eles que eu abro os olhos todos os dias, a cada amanhecer.
São, verdadeiramente, a tradução do que é o amor, o maior amor que alguém pode sentir!

E toda vez que eu ouço esta música me dá um nó na garganta e não consigo conter as lágrimas.
Ela cala fundo no meu coração.
Ela traduz todo o sentimento de dor pela espera e toda a felicidade que sinto por tê-los comigo.

Cláudia


terça-feira, 19 de agosto de 2014

Tentando entender sobre política!

Imagem retirada DAQUI 

Ontem estávamos eu e Taís na sala assistindo ao Jornal Nacional no momento em que o mesmo  falava sobre os candidatos a presidente.
Ela parecia não estar prestando atenção. Brincava com a gata e um pedacinho de fio, quando:

- Mãe, aquele homem que morreu no acidente, Eduardoooo....
- Campos?
- Isso! Eduardo Campos! Ele ia ser o presidente no lugar da Dilma?
- Não exatamente. Ele e mais outras pessoas, inclusive a Dilma, estão candidatos. Agora eles vão fazer campanha, vão dar entrevistas nos programas de TV, vão falar o que pretendem fazer para melhorar o Brasil e no final do ano as pessoas vão votar e escolher quem elas querem para presidente.
- Aaaah, então eles estão disputando?
- Isso! Estão disputando para um deles ser o presidente.
- E a Marina? Agora ela vai ser presidente no lugar do Eduardo Campos?
- Ainda não vai ser presidente. Ela tem grandes chances de ser escolhida para ficar no lugar do Eduardo Campos como candidata. Talvez seja ela, talvez não.
- E quem escolhe isso se ela vai ser a candidata?
- Os partidos que apoiam o partido dela.
- E a Marina era o quê do Eduardo?
- Era candidata a vice-presidente. Todo presidente precisa de um, digamos, presidente reserva. Assim quando ele viaja ou está doente e não pode governar, o 'reserva' fica no lugar dele e a Marina era essa candidata.
- Aaaah. E mãe, você vai votar em quem?
- Então...eu não ia votar em ninguém, aí vi a entrevista com o Eduardo Campos e ia começar a avaliar a campanha dele para decidir se votava ou não nele.
- Agora ele morreu, né?
- É...então! Agora já não sei. Acho que vou votar nulo de novo.
- Âããããã? Como é o nome do homem que você vai votar?
Risos, muitos risos depois:
- Não é um homem. Votar nulo é não votar em ninguém. É anular o voto.
- Aaaah, entendiiii! Então pode não votar em ninguém?
- Pode.

E do mesmo jeito que a conversa começou, terminou!
Algo a distraiu e ela foi brincar.
Ver o interesse dela em tentar entender o momento político e como as coisas funcionam me dá esperanças de que, no futuro, haverá uma geração mais consciente, que se evolva realmente com a política e que faça escolhas realmente boas para seu futuro.
Para mim, que nunca fui especialista, mas que sempre tentei entender e me envolver, que sempre busquei avaliar os candidatos e suas propostas, sempre tentei fazer minhas escolhas de forma consciente é muito confortador ver a pequena assistir ao jornal comigo, fazer questionamentos e tentar entender.

Beijos,

Cláudia


domingo, 17 de agosto de 2014

Diversas formas de tornar-se pai! Homenagem ao Dia dos Pais!


Hoje foi a comemoração do Dia dos Pais lá no colégio da Taís.
Eles sempre fazem esta homenagem uma semana depois da data oficial.
Bom, o pastor fez um lindo e emocionante discurso de abertura, porém, totalmente pautado na paternidade biológica.
Fez toda uma história desde o namoro, casamento, o momento em que a esposa anuncia a gravidez, as preocupações do marido com o bem estar da esposa, o instinto de proteção que aflora, o momento de ir para o hospital, o primeiro contato com o filho.
Foi realmente muito tocante a forma como ele palestrou. Vi diversos pais indo às lágrimas.
Depois ele pegou a Bíblia e leu um trecho do salmo 127 o qual diz que o filho é a herança do Senhor e, em seguida, discursou a respeito.
No final, falou que tinha algo a dizer, achei que seria para falar dos pais que se tornam pais por opção, por adoção ou seja lá a forma como quisesse falar, mas não era.
Em seguida foram feitas diversas atividades, eu corri atrás da filhinha e do papai tirando fotos de tudo, mas aquilo ficou entalado. Toda a homenagem foi em torno do biologismo e da família tradicional.
Quando acabou tudo, as pessoas saindo aos poucos, avistei o pastor num canto da quadra, sozinho, curtindo a filhinha que dá os primeiros passos. Não tive dúvidas, fui lá, elogiei muito a palestra porque realmente gostei, porque tocou o coração uma vez que muita coisa falada a gente vivenciou ou vivencia, falei que foi linda e emocionante, mas que faltou algo porque nem toda herança que vem do Senhor na forma de filho vem do ventre da mãe.
Ele ficou meio confuso, aí falei em adoção.
Ele vira e fala: mas todos os filhos, independente da forma que nos chegam, são heranças do Senhor e eu respondi: sim, pastor, é por isso que vim dar esse toque, porque todos os pais merecem ser homenageados. O seu enfoque foi apenas para a biologia e a vida, algumas vezes, nega esta forma de paternidade, mas Deus, em Sua infinita sabedoria e amor, presenteia esses pais de outra forma.

Enfim...fazendo o trabalho de formiguinha. Creio que na sessão das 10h30m ele deva ter acrescentado. E se não acrescentou, uma vez que a palestra já estava pronta e, fora essa questão estava irretocável, creio que pensará algo mais amplo para as próximas homenagens.
Falei que o colégio é grande, que tem muitas homenagens durante o ano e que é importante incluir-se todas as formas de pater/maternidade uma vez que deve haver muitos filhos não biológicos.

Eu sei que o biologismo é mais forte, que a maioria das crianças é filha biológica, entretanto hoje em dia há tantas formações familiares e tantas formas de um pai tornar-se pai que não é justo, em uma homenagem, traçar-se apenas uma destas formas em detrimento das outras.
Hoje em dia, creio eu, homenagem aos pais deve ser algo mais amplo e mais genérico também, uma vez que existem os pais biológicos, os avós que são pais, os padrinhos que fazem a figura do pai, os maridos que se fazem pais dos enteados, os pais adotivos por opção ou por circunstâncias onde a vida nega a biologia.

Em outros tempos eu viria para casa sem falar nada, apenas contrariada, entretanto hoje eu não consegui sair de lá sem falar com o pastor.

É de suma importância que as escolas acolham e não se esqueçam das novas formações familiares, das diversas formas que um ser tem de tornar-se pai, tornar-se mãe.

Beijos.

Cláudia

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Sobre rosa, azul e as tais coisas de meninas e coisas de meninos!

Imagem retirada do Google
Eu nunca me considerei uma feminista. Na verdade, até há bem pouco tempo eu nem sabia direito o que queria dizer ser feminista, porém de uns dias para cá...uns três dias, na verdade, acompanhado as publicações da página Para Beatriz no Facebook descobri que, em alguns aspectos, sou mais feminista do que imaginava.
Eu sempre tive certo horror dos termos 'coisas de meninos' e 'coisas de meninas'. Tinha comigo que quando eu tivesse filhos, que jamais usaria estes termos com eles.
Depois, passei a ter horror de 'rosa é cor de menina', 'azul é cor de menino' porque para mim cores são cores. Todas as cores são para todas as pessoas, para quem gostar delas, para quem quiser usá-las.
Não me lembro quando aconteceu, mas achei o máximo um 'cara' aparecer na televisão trajando uma camisa rosa claro porque a sociedade sempre foi tão machista nesse sentido que, na minha visão, ele era um vanguardista, além de um cara muito corajoso. rss
Eu não lembro quem ele era, não lembro qual foi o programa, mas isso me marcou positivamente. Pensei: caraaaaca, agora os homens podem usar rosa sem medo de serem ridicularizados! UM homem usou em rede nacional, então todos podem!
Nem consigo imaginar o tanto de piada que essa pessoa sofreu trajando camisa rosa, mas fato é que depois, ao longo do tempo, vi muitos outros homens no trabalho, na faculdade, nas ruas trajando camisa ou gravata rosa. Parecia que o mundo tinha se libertado do preconceito, mas na realidade não foi bem assim. E não é bem assim até hoje!
Voltando às cores e às coisas de meninos e de meninas, quando minha primeira filha nasceu um dia reparei que ela tinha muitas roupas azuis. Eu adoro azul e eu achava que o azul favorecia sua beleza. Muitas pessoas perguntavam porque eu usava azul na menina e eu respondia sempre: porque eu gosto e porque eu achei o macacão bonito!
Depois ela começou a crescer e a manifestar gostos. Toda vez que íamos ao Atacadão lá na Marginal Tietê, em São Paulo, logo na entrada havia uma armação de ferro dessas de colocar bolas, muito alta, com bolas de todos os tamanhos e cores. Ela tinha meses, mas se agarrava a essa estrutura e eu sempre acabava levando uma bola para ela. Uma maior, outra menor, uma colorida, outra inteira branca, uma riscadinha, outra listradinha, uma minúscula, outra enorme e assim, ao longo do tempo, ela contabilizou uma caixa de TV de 14 polegadas com algo em torno de 30 bolas. E ela brincava!
Depois, já andando, passou a querer caminhões com caçamba para brincar na areia do parquinho e, também, porque achava divertido puxar o caminhão pela cordinha como via os meninos fazendo no condomínio.
Então passei a comprar caminhões. Ela teve uns 3 grandes e alguns menores.
Nessa época passei a ter 'problemas' com as outras mães de meninas do condomínio. Havia a 'hora do parquinho' e algumas mães desciam chamando as outras mães para irem juntas. Como eu morava no térreo e tinha uma menina, era chamada também, porém quando a minha menina começou a sair puxando um caminhão pela corda ao invés de empurrar um carrinho de boneca com a boneca dentro, primeiro as mães questionaram se eu achava aquilo certo, depois pararam de me chamar.
E eu não via nada de errado em minha filha sair com um caminhão: 1. porque ele tinha pás de areia e nós íamos a um local que tinha areia (e todas as meninas queriam brincar com o caminhão dela na areia também!); 2. porque eu dirijo e para mim é normal uma menina querer brincar de carrinho reproduzindo o que vive no dia a dia quando a mãe a leva a todos os lugares dirigindo; 3. eu tenho a teoria que brinquedo é para brincar, para ajudar no desenvolvimento da criança e brincar é brincar, brinquedo é brinquedo e não tem essa de ser de menino ou ser de menina porque para mim menino e menina são cri an ças. Simples assim!
Imagem tirada DAQUI
Meu filho do meio usou um macacão que foi da irmã, metade rosa, metade azul, em dias de inverno rigorosíssimo. Ele engatinhava, o macacão era quentinho e qual o problema de usar um macacão metade rosa nele? Para mim, nenhum! Entretanto eu ouvi que colocando rosa no menino eu iria prejudicar...é, acho que foi esta a palavra que usaram...prejudicar a masculinidade do meu filho.
E eu fiquei me perguntando como eu poderia prejudicar a masculinidade de uma criança de 9 ou 10 meses? Era uma roupa. Uma roupa quentinha, aconchegante e pouco importava a cor para mim. Ele estava agasalhado e protegido do frio. Isso me bastava.
E tanto minha filha como meu filho tinham os tais 'brinquedos de menina' e os 'brinquedos de menino' mas eles nunca, nuncaaaaa ouviram de mim que não podiam brincar com os brinquedos trocados porque 'não era de menino' ou 'não era de menina'. Eles brincavam juntos de bola, de carrinho, de boneca, de fogãozinho. ele dava banho no bebê enquanto ela ia de carro fazer compras e isso, para mim, era perfeitamente normal porque o pai dava banho neles e eu ia ao mercado fazer compra, não necessariamente ao mesmo momento como eles faziam na brincadeira, mas acontecia em nossa casa, acontecia em nossa vida.
Imagem tirada DAQUI
Eu nunca acreditei que o fato de meu filho brincar de fazer comidinha (já que ele via o pai cozinhar também) ou dar banho na boneca o faria homossexual porque para mim se ele tivesse que ser, ele seria mesmo eu o obrigando a brincar com armas e com carros tipo tanques de guerra, mesmo que eu o obrigasse a brincar de polícia-e-bandido e o proibisse de tocar nos brinquedos da irmã. Eu nunca acreditei que, em comprando bolas e caminhões para minha filha que não tinha irmãos ainda, que eu estivesse incentivando a menina a ser lésbica porque eu também acreditava que se ela fosse, não seria pelos brinquedos ou pela cor da roupa que usava. Não mesmo!
Meus filhos mais velhos foram criados com liberdade, sem preconceito, sem essa de isso é para menino, aquilo é para menina e hoje, já adolescentes, eles colaboram com a casa e não tem essa de serviço de casa ser serviço de mulher porque homem também mora na casa, homem também suja e tem que colaborar.
E a caçula também é criada assim. Ela não tem um irmão com idade próxima para brincar e adora brincar com os meninos na escola porque adora correr, adora pular, adora se pendurar e os meninos a acompanham bem nessas brincadeiras. Ela joga futebol e eu pude presenciar, com imensa alegria, que eles a incluem nas brincadeiras mesmo ela sendo menina. Eles a chamam para jogar, pasme, no gol! E ela é boa goleira! Ela é naturalmente acolhida pelos meninos nas 'brincadeiras de meninos'. E eu tive problemas com isso também, porque no ano passado uma coleguinha não a deixava brincar com os meninos porque 'menina não brinca com menino'. Tivemos longas conversas a respeito disso por aqui. rss
Ela já quis (e ganhou) ovo de páscoa do Ben 10 porque tinha um relógio que mudava a voz. Ela gosta de bola e sonha em ser jogadora de futebol. Sonha em ser a futura 'Neymara' da Seleção Brasileira. Ela adora super-heróis como Os Superamigos, Superman, Quarteto Fantástico, Batman, Homem Aranha, Power Ranger! Ela veio feliz da vida de um aniversário porque a lembrancinha foi um copo do Homem Aranha e ela usou exclusivamente esse copo para tudo durante quase um mês. Ela já pediu para fazer capa de super-herói e cada dia ela era um deles.
E sim, ela tem 'brinquedos de menina', ela faz ballet, ama rosa mas prefere lilás e, além do futebol, quer fazer judô! rss
Ela vai ser lésbica por isso? Nunca! Pelas brincadeiras, pelos brinquedos, pelos esportes jamais!

Eu nunca me preocupei com a sexualidade deles, sabe? Eu quero que meus filhos sejam felizes, honestos, honrados, bem sucedidos na vida, seja ela qual for.
Tenho em meu coração que, independente de serem homossexuais, heterossexuais, bissexuais ou assexuados, serão sempre meus filhos amados, a quem eu tentei dar a melhor educação, a melhor criação, sempre dentro da liberdade de serem quem são.
Acredito que fiz deles crianças felizes, sem preconceitos, que dei a eles liberdade de brincarem sem restrições e que eles estão se tornando pessoas sem preconceito também. Para mim, é isso o que importa: que sejam felizes e que saibam respeitar os seus semelhantes independente de como sejam, independente da orientação sexual que tenham.

Vale ressaltar que a possibilidade de criar meus filhos com toda essa liberdade de se expressarem cabe, também ao meu marido, pai deles, que também nunca se mostrou contrário a nada disso e apoiava, brincava junto, achando tão natural quanto eu.

Beijos,

Cláudia


domingo, 13 de julho de 2014

Eu sou brasileira, com muito orgulho, com muito amor!



Agora é fato: Seleção Brasileira, abatida, apática, conseguiu a quarta colocação entre os melhores do mundo.
Para o brasileiro, de modo geral, o importante mesmo é ganhar, porém estar entre os melhores, ainda que em quarto lugar, não tão ruim assim. Pelo contrário se lembrarmos que haviam 32 seleções nesta Copa!

Problemas tivemos! E muitos!
Além dos problemas de arbitragem (que não fariam grande diferença se a equipe fosse coesa), éramos a Seleção de um jogador só!
Sob minha ótica, quando Zuñiga quebrou a coluna de Neymar quebrou, também, as pernas o ânimo, a vontade, a energia de toda a Seleção.
Tivemos, nos dois últimos jogos, o pior desempenho de toda a história da Seleção Brasileira. Nada menos que 10 gols.
Foi triste, foi frustrante, mas o que a vitória ou a derrota muda na vida da gente? Absolutamente nada!
A felicidade por um possível título teria durado o tempo que vai durar a tristeza pela perda: o espaço de alguns dias!
Para mim não existe teoria de conspiração, bla, bla,bla Whiskas sachê. A nossa Seleção era fraca, desorganizada e sem estratégia. Fim.
E a vida do brasileiro segue! E nossos problemas, agora sem o foco da Copa, virão à tona novamente!
A derrota da nossa Seleção na Copa não me faz menos brasileira, nem me faz ter vergonha de ser brasileira porque a vergonha, mesmo, vem da educação sucateada e de péssima qualidade, dos hospitais públicos que não têm a mínima condição de atender dignamente nosso povo, vem do sistema de corrupção em todas as esferas da administração pública. Isso, sim, é vergonhoso!
Eu amo o Brasil, continuo amando a Seleção e, mesmo sem terem conseguido ganhar a Copa, parabenizo os meninos que tiveram (alguns deles) muita honradez e humildade, principalmente nos últimos jogos!
E se a Seleção não levou o título, o Brasil ganhou a Copa fora do campo como a nação que recebeu com carinho e respeito os milhares de turistas que aqui estiveram neste último mês, que conseguiu dar conta da organização e da infra-estrutura necessárias para que tudo corresse bem, que conseguiu fazer uma bela festa por amor ao futebol.

E é isso. Eu continuo brasileira, com muito orgulho, com muito amor!
À Seleção, como faz a  mãe de um filho que repete o ano escolar, deixo toda a muita força, acreditando sempre que esse filho pode se superar, pode correr atrás do tempo perdido e pode se levantar!

Por hoje, o que me resta é desejar boa sorte à Alemanha, não pela rivalidade contra a Argentina, mas sim por acreditar que a Alemanha fez uma campanha muito superior e merece o título deste ano!

Boa sorte, Alemanha!
Viel Glück, Deutschland!




sexta-feira, 11 de julho de 2014

Relação da Taís com a carne

Estou reformulando a vida e nesta reformulação consta voltar a postar no blog.
A praticidade e o imediatismo do Facebook acaba nos deixando acomodadas. Comigo, pelo menos, aconteceu isso! rss

Bem, vamos lá então!

A Taís, embora coma feito passarinho, sempre teve uma alimentação bem balanceada.
Ela come pouca quantidade, mas come praticamente de tudo.
Sabe aquele menininho que dava piti no mercado querendo brócolis? Então...ela é igual!
Já vivemos diversas situações engraçadas no setor de feira do supermercado, porque ela me puxa querendo que eu pegue de tudo que tem nas gôndolas. Se depender dela venho com o carrinho lotado de brócolis, couve-flor, couve, alface, tomate e todos os legumes que ela souber o nome.
Certa vez uma senhora ficou observando ela, depois virou para mim e disse: 'nossa, ela come tudo o que está pedindo?', quando eu disse que sim, que ela comia de tudo a senhora arrematou: 'que bênção esta criança! Meu filho só faz esse tipo de escândalo no setor de biscoitos e chocolates'.
Bom, a senhora em questão falou em escândalo mas a Taís não faz escândalos de gritar, chorar, espernear. Ela só fala alto e tem muito entusiasmo. ahaha

Pois bem, se a Taís aceita bem a maioria dos alimentos que boa parte das crianças rejeita, em contrapartida temos um problema muito sério com carnes.
Ela sempre teve muita resistência.
Aqui nós não temos uma alimentação basicamente carnívora, porém sempre tem algum alimento à base de carne e ela até come, mas sempre relutando, e sempre poucos pedacinhos minúsculos.
Quando minha cunhada fez um galinheiro, ela conheceu galinhas andando, todas fofas e, posteriormente, descobriu que o peito de frango que ela tanto gostava vinha de um bichinho daqueles, que tinha que matar e tal, ela ficou péssima. Ficou um bom tempo sem querer carne nenhuma de frango. É, porque peito de frango era a única carne que ela até que comia bem.
Houve um tempo em que ela tentou encontrar um jeito de tirar bifes das vacas sem que se precisasse matar as pobres coitadas. Quem sabe anestesiar a vaca, tirar bifes e depois fazer curativos até sarar. Isso porque moro numa cidade de interior e vemos muitas vacas pastando em determinados lugares. Ela acha um verdadeiro absurdo matar a pobre vaca para tirar bifes e, para falar a verdade, passei a achar isso também. rss

Outro dia no carro seguiu esta conversa:
- mãe, no céu tem bichos como aqui?
- tem, sim.
- e é verdade que lá no céu os bichos são todos mansos?
- é verdade, sim.
- e lá no céu tem gente que mata os bichos para comer?
- não, filha, lá no céu ninguém mata bichos para comer!
- uuuuufaaaaa! Ainda beeeem!
Isso com os braços para cima! Pensa no tamanho da felicidade e do alívio da criança. ahaha

Por conta dela e dos outros dois, que também não são muito chegados em carne, já pensei em me tornar vegetariana, mas ainda não me animei.
Por causa especificamente da Taís já me peguei pensando em como somos grotescos nesse sentido de matar os animais para a nossa alimentação, sendo que a natureza nos presenteia com uma diversidade tão grande de alimentos.
Não sei se um dia ela pega gosto, mas com a consciência que tem a respeito das coisas, creio que o vegetarianismo seja o futuro da alimentação da minha pequena.

quarta-feira, 9 de julho de 2014

A Copa não acabou!

Eu amo futebol e sou louca por Copa do Mundo no nível enfeitar a casa toda em verde e amarelo!
 Não é novidade para ninguém que eu fui contra a Copa no Brasil desde quando foi anunciado que o Brasil seria sede desta Copa de 2014. Sempre fui anticopa aqui porque acredito que o Brasil tinha diversas outras prioridades antes que pudesse sediar uma festa como esta. Não...eu não fui às ruas protestar, não quebrei nada, só coloquei fogo nas bocas do meu fogão para cozinhar e muito embora eu soubesse que não faria diferença nenhuma eu ser contra ou a favor, que ia ter Copa, sim, eu não me animei a enfeitar a casa este ano.
A Copa começou e eu acompanhei desde o princípio sem grande entusiasmo. Assisti a tão polêmica abertura que, na minha opinião, não foi tão ruim como o propagado, mas acho que poderia ter sido melhor se o coreógrafo fosse daqui. É certo que não foi um espetáculo de encher os olhos, mas foi bonito.
Eu e a Taís acompanhamos quase todos os jogos. Quase todos, mesmo. Não só os do Brasil. Ontem, tomando o café da manhã com ela, a pequena fã futebolística, do alto dos seus 7 anos, me olha e segue-se o diálogo:

- mãe, eu acho que o Brasil não vai ganhar da Alemanha.
- eu também acho que agora o Brasil não passa, filha.
- mãe, eu queria que o Brasil tivesse o goleiro Krul ou o Cilessen no jogo de hoje.
- e porque? O Júlio César é bom goleiro, também.
- é...mas eles são melhores.

 Parece que ela prenunciava a tragédia do jogo de logo mais. Nem dá para tentar entender o que aconteceu. Só sabemos que, por agora, o sonho do hexa foi adiado para o futuro, porém a Copa não acabou. Sábado tem jogo para definir os terceiro e quarto lugares, o que se pensarmos bem nem é tão ruim assim, afinal estar entre os 3 ou 4 melhores do mundo não é para qualquer um.
Torcemos, eu e a Taís, minha companheira dos jogos extra-seleção brasileira, para que a nossa seleção se recomponha e faça uma linda partida no sábado. Não vale o hexa, não vale o título, mas somos os anfitriões, a Copa continua até domingo e temos obrigação de levantarmos a cabeça e fazermos bonito.
 A Seleção Canarinho teve sua pior derrota, e dentro de casa, mas não deixou de ser a Seleção Brasileira por isso. Ganhar e perder fazem parte de todo jogo. Para mim o Brasil ia perder de qualquer jeito, ainda que o Thiago Silva e o Neymar estivessem em campo simplesmente porque a Alemanha vem jogando melhor desde o início e eu até já havia cantado a bola, aqui em casa, que a final seria Alemanha e Holanda. O resultado do jogo foi triste, foi vergonhoso, deixou até mesmo os adversários constrangidos, mas o brasileiro tem o poder de superação e tem o incrível dom de ser otimista. Que agora essa derrota sirva de alerta que ter talentos em campo é importante, mas ter estratégias de jogo também é. Que o golpe de ontem seja o início de uma nova era para a nossa querida Seleção. Que tenhamos em mente que o Brasil não é só futebol, que ganhar teria sido a glória, mas que perder não será o fim do mundo. A vida segue.
No geral a Copa conseguiu superar todas as expectativas. Conseguiu encantar os turistas, as delegações, todos elogiando muito o país, a acolhida e a educação do povo. Isso para nós já é uma vitória, afinal a expectativa geral era muito ruim para esse período de jogos no concernente a infra-estrutura e organização. Aos jogadores da nossa seleção, se eu pudesse deixar um recado, seria esse:

"Tente! (Tente!)
E não diga
Que a vitória está perdida
Se é de batalhas
Que se vive a vida
Han!
Tente outra vez!"
 

A vitória só foi adiada. E que venha a Rússia em 2018!
Até lá, vamos todos vivendo.

E que fique para a Seleção Brasileira como um todo, bem como para a nossa nação, as palavras que David Luiz falou para James Rodriguez quando da eliminação da Colômbia na cena que eu considero a mais bonita da Copa:

"Falei pra ele que muitas vezes no esporte o campeão não é aquele que levanta o troféu. E sim aquelas pessoas que têm caráter, que lutam até o final e demonstram isso durante toda a competição e ele mostrou isso."

terça-feira, 1 de julho de 2014

Não é sobre o que as pessoas nos fazem, mas sobre o que nós fazemos para atrair determinados comportamentos das pessoas em relação a nós!

De um modo bem global, generalizado, a Metafísica da Saúde diz que tudo o que nos acontece resulta de determinados padrões de pensamento e de comportamento.
Valcapelli e Luis Gasparetto falam muito a respeito da Metafísica da Saúde e defendem esta teoria de que somos nós, com nossos padrões de pensamento e de comportamento, quem atraímos tudo que nos acontece. Inclusive ambos têm uma série de livros que se chamam Metafísica da Saúde que valem a pesquisa.

Pois bem, sempre que algo ruim nos acontece, sempre que alguém nos faz algo que nos afeta, podemos ter duas formas de comportamento imediato:
1. fulano me fez isso, ciclana me fez aquilo, é muita injustiça, beltrano me..., fulano me...., deltano me...., mimimi, mimimi, mimimi
2. O que foi que EU fiz para atrair o que aconteceu? No que eu contribuí, de alguma forma, para que fulano, ou ciclano, ou beltrano me fizessem tal coisa que me afetasse tanto?

Podemos nos colocar como vítimas das ações alheias, podemos nos colocar como coitadinhos nos acontecimentos, todo mundo é injusto com a gente porque, né, a gente é tão bom, tão prestativo e ninguém reconhece; ou podemos nos colocar como agentes indiretos dos acontecimentos, sem mimimi, tentando encontrar em nós o que estamos fazendo para que determinadas coisas ocorram, muitas vezes de forma recorrente, em nossas vidas.

É o que venho fazendo ao longo dos últimos dias: me perguntando o que eu tenho feito para atrair determinados padrões de comportamento de pessoas em relação a mim. Venho me analisando e tentando descobrir onde eu estou errando comigo mesma para que as pessoas ajam como vêm agindo.
No intervalo de um mês aconteceram duas situações desagradáveis que me levaram a refletir a respeito e eu descobri o que estou fazendo para atrair estes comportamentos desagradáveis: eu estou me violentando. Estou me sabotando, estou deixando de me ouvir.
É...pois é. Quando a gente se coloca como agente da situação e pensa, analisa, a gente descobre onde está o problema NA GENTE e não nos outros.
Redes sociais eram para ser algo prazeroso no contato com pessoas legais, com grupos de afinidades (no meu caso culinária, artesanato, adoção), porém já há algum tempo isso deixou de acontecer.
Venho há tempos pensando em excluir o perfil, mas tem os amigos (não os números, mas amigos de verdade, de afinidade, aqueles poucos que dá prazer estar sempre junto), tem os grupos de culinária que eu adoro e aprendo muita coisa, tem o grupo de artesanato que eu amo. E por conta disso fui deixando as coisas como estavam. Mesmo com vontade de excluir o perfil, fui deixando as coisas rolando e fui ficando cada vez mais desagradada da maior parte de tudo que acontece.
É inegável que as redes sociais viraram um campo de batalha. Tudo é motivo de guerra. Todo mundo posta o que bem entende porque 'o mural é meu eu posto o que eu quero e quem não estiver feliz me exclui'. Acontece que a gente não sai excluindo todo mundo só porque se desagradou de um ou outro post, um ou outro compartilhamento não é verdade? Então!
Eu não sei como ocorre com vocês, mas isso tudo me cansou. Me cansou e eu empurrei com a barriga. Eu não me respeitei, eu não respeitei o meu desejo de excluir e dar um tempo. Eu não me considerei, não considerei que isso tudo estava me estressando, me irritando, que eu não estava curtindo mais, e por conta disso pessoas me trataram com desconsideração.
E não estou falando, com isso tudo, que o problema sejam as redes. Isso de forma alguma. O problema é comigo. Eu cansei e deveria ter dado um basta, mas como trabalho no computador e fico aqui sentada dias, horas a fio, acabo permanecendo mesmo cansada disso tudo.

Eu creio, sim, que somos responsáveis pelo que fazemos e pelo que atraímos para nós devido ao nosso padrão de comportamento e de pesamento.
Eu creio que atraí a tal 'injustiça', que atraí o comportamento de desconsideração porque, afinal, eu estou me desconsiderando há tempos.
Por conta disso estou recuando. Vou ficar apenas com o blog que, a propósito, ficou bem abandonado por conta das redes sociais. Vou voltar à minha essência, viver mais a vida real, deixar de me envolver tanto com a exposição e a vida pessoal das pessoas das redes. Vou cuidar de mim, das coisas que gosto de fazer e com isso vou em busca de mim mesma novamente.
Eu volto para as redes? Não sei! Neste momento não sinto vontade sequer de ligar o computador e neste momento só sei de uma coisa: quero uma vida sem mundo virtual tomando conta. O futuro fica para o futuro tomar conta.
Por agora, este é o melhor que tenho a fazer.

Grande abraço!


domingo, 27 de abril de 2014

Meus Filhos

Indo na contramão das postagens, vou postar um texto que escrevi ontem no Facebook para deixar registrado no blog, uma vez que na rede social os escritos acabam se perdendo...

MEUS FILHOS

Meus filhos não são 'filhos adotivos', 'filhos duzotros'. São meus filhos, filhos que a vida me deu, filhos que eu sabia que existiam em algum lugar para mim desde os 16 anos.
São filhos que eu gestei no meu coração e na minha alma não por nove meses, mas por muitos, muitos anos!
A adoção foi apenas a forma pela qual eles se tornaram filhos porque tendo um útero imprestável Deus precisou providenciar úteros saudáveis para que eles nascessem.
Eles são, simplesmente, FILHOS.
Dão alegrias, dão trabalho, dão preocupações.
Me deixam feliz, me deixam triste, me magoam assim como todo filho, assim como todo ser humano que a gente ama.
Eles estão crescendo e a cada dia estão tomando cada vez mais posse de si mesmos, cada vez mais sendo mais deles e menos meus.
São lagartas em fase de casulos. Um dia baterão asas. Um dia voarão e ganharão o mundo.
E eu sou, simplesmente, mãe! Temo o futuro, temo as possíveis escolhas, temo que eles sofram, mas eles são meus filhos, são meus tesouros, são almas que Deus me confiou para criar, educar e amar.
E se no futuro, em suas escolhas, eles acertarem: celebraremos todos e eu serei muito feliz!
Se eles errarem, se as coisas não derem certo, eles terão sempre as portas da casa e do coração abertos, porque independente de suas experiências eles serão sempre e para sempre, por toda a eternidade, simplesmente meus filhos e como meus filhos eles terão sempre o ninho à espera e um colo quente para se recuperarem, curarem as asas até poderem voar novamente!


E seguindo essa mesma linha sobre filhos, hoje na apresentação do Lucas Lucco - o qual eu desconhecia a existência - no programa do Faustão, a certa altura o pai do rapaz em questão falou em um vídeo. 
Ele disse que perguntou ao pai dele o que um pai faz quando o filho sai de casa e o pai dele, avó do rapaz, respondeu:

"a melhor coisa que os pais podem fazer quando os filhos saem de casa é nunca fecharem as portas para que os filhos saibam que têm para onde voltar".

Achei perfeito!

Que possamos, todos, como pais, dar asas para nossos filhos voarem no tempo deles e que tenhamos sempre as portas abertas, um ninho quente e um abraço carinhoso para o caso de precisarem voltar!

beijos,

Cláudia

sábado, 12 de abril de 2014

O sol voltou a brilhar!

imagem retirada do Google
Hoje eu venho aqui contar uma coisa boa! Eu queria esperar a consulta com meu médico...que nem marquei ainda...mas não estou aguentando!
Venho falar dela, dela mesma: a depressão!
Para entender o que se passou, se não acompanhou desde o princípio, sugiro que leiam antes estes dois posts: E o Natal se foi... e Eu, a depressão e o pânico!

Então, no último post a respeito da depressão, há pouco mais de um ano, eu estava com sintomas de pânico também. Estava praticamente no início do tratamento, há poucos meses tomando a medicação, ainda não sabia se necessitaria de terapia, se ia tomar floral. Enfim, ainda estava meio perdida tanto no tratamento quanto em mim mesma.
Felizmente a partir de maio de 2013 eu deixei de ter os sintomas e não tive mais nenhuma ameaça de crise.
A partir de junho comecei a me considerar bem. Eu já não oscilava mais tanto no humor e não senti mais nenhuma vez o pânico. Já estava dormindo bem e não sentia mais dores pelo corpo.
Na consulta de setembro/2013, embora me sentisse muito bem, ainda estava insegura quanto a começar a sair da medicação, então optamos - eu e meu psiquiatra - por esperar mais um período de dois meses.
Na consulta de novembro/2013 eu estava muito bem, me sentia segura e aceitei fazer o que os psiquiatras chamam de 'desmame'. Passamos, então, para um medicamento mais leve.
Menos de 1 mês depois da troca do medicamento houve o acidente da minha irmã, que resultou no falecimento da minha sobrinha e eu tive muito, muito medo de recair.
Nos primeiros dias até achei que estava recaindo, tive muitos acessos de taquicardia, mas nada mais que isso e a tristeza considerada normal para a situação.
Aos poucos eu fui percebendo que a tristeza era normal e que não estava ativando minha doença. Consegui separar os sentimentos e vi que o medicamento estava indo bem, eu estava indo bem apesar dos pesares.
Neste último fevereiro eu deveria ter voltado à consulta, porém no dia eu estava com dor de dente e fui ao dentista que só poderia me atender no horário da consulta. Como eu tinha, ainda, um bom tanto do remédio, fiquei tranquila.
Naquele dia, em fevereiro, eu estava insegura de parar a medicação. Continuei tomando até a medicação acabar, há cerca de 10 dias. Uma coisa e outra  eu nunca consigo marcar a consulta. O tempo foi passando, nos primeiros dias me senti um tantinho assim pequetitinho preocupada, mas eu continuei dormindo bem, continuei acordando bem, continuei me sentindo bem e hoje, quase duas semanas depois de ter parado com a medicação, eu me sinto bem.
Sinto que estou no leme da minha vida novamente. Sinto que me reencontrei. Meu humor voltou, minha estabilidade emocional também!
Esta semana vou pessoalmente lá no consultório marcar a consulta para pegar minha alta! Essa, sim, será uma grande satisfação!
Estou me sentindo feliz com isso. Muito feliz, mesmo!
Não existe nada pior do que sentir-se inadequada, sem esperanças, sem perspectivas, sem rumo, à deriva.
Não existe nada pior do que essa sensação passar do emocional para o físico e você sentir que pode morrer a qualquer momento.
Eu não sei em que curva da vida me perdi. Eu não sei em que momento adoeci. O importante é que eu sarei!

Conforme falei no outro post, depressão é uma doença, pode acometer qualquer pessoa em qualquer fase da vida.
É uma doença como qualquer outra e precisa de tratamento. O psiquiatra é um médico como qualquer outro médico. Se a gente tem diabetes e trata com endocrinologista, se tem hipertensão e trata com cardiologista, se tem miomas trata com a ginecologista, porque o preconceito com a depressão e o psiquiatra? Não tem porque sentir preconceito.
"Ah, mas as pessoas não entender, falam que é falta de roupa para lavar, falta de casa para limpar". Só digo uma coisa: NÃO LIGUE! Só você está dentro de você para saber o que está sentindo e só você sabe que não te falta roupa para lavar, nem casa para limpar, principalmente se você tiver filhos e trabalhar fora!
Se a alma adoecer, busque ajuda. Tem cura! Tudo nesta vida tem jeito! Não tenha vergonha!
Eu não tive vergonha de admitir que estava doente, briguei para conseguir tratamento e hoje estou bem, finalmente!

Hoje meu sol voltou a brilhar. Até quando? Não sei.
E se a depressão voltar? A gente trata novamente!
E assim seguimos a vida, buscando sempre viver da melhor forma!

Meus problemas deixaram de existir? Naturalmente que não.
Eu nem acredito que a depressão tenha sido em decorrência de algum problema, sabe? Eu adoeci do colesterol e nem como gorduras e frituras. Muitas vezes a gente simplesmente adoece. O importante é querer ficar bem, é querer estar bem.

Como dizia Renato Russo:

 'mas é claro que o sol vai voltar amanhã, mais uma vez, eu sei. Escuridão já vi pior, de endoidecer gente sã, espera que o sol já vem'

E é bem assim: o sol sempre volta. Basta você querer que ele volte!
Se estiver sentindo os sintomas que postei nos outros posts corra atrás de você, busque ajuda e se recupere!

E não se esqueça: pode estar escuro agora, mas o sol sempre, sempre volta a brilhar!

Ah, e não perca a fé! Isso também é importante! Ter fé, acreditar que existe um ser Superior que rege nossas vidas e que nos quer ver felizes. Deus nos criou para sermos felizes, então vamos nos esforçar para isso!

Beijos,

Cláudia