Rio - Esta semana me encontrei com uma amiga que não via faz tempo. Não sei o tempo e, na verdade, nunca tive muita intimidade com ela. Do nada, começou a falar da vida dela, de como estava feliz aos 35 anos, vivendo há um ano uma nova experiência. Adotou três crianças. De 9, 7 e 6 anos. Os irmãos estavam num abrigo porque os pais perderam a guarda por conta do uso de drogas e abandono de incapaz. Enfim, crianças que até um ano atrás eram criadas pela vida, sem escola, sem carinho, assistindo a cenas de violência de toda sorte entre os pais.
Crianças que tinham até comportamento racista de tanto ouvir a mãe, nas brigas com o pai, chamá-lo aos gritos de preto nojento, quando ele bebia o pouco dinheiro da comida. Crianças do interior do Brasil que em apenas um ano de trabalho estão aprendendo a viver e a amar. A amiga está feliz com os filhos, aprendendo muito com eles, e as crianças, felizes com os pais, descobrindo outra vida com eles. Ela me conta ainda que repete, de certa forma, o que aprendeu com a avó que a criou, junto com outros netos, filhos e mais quem chegasse àquela casa simples, no interior do País. Fico feliz por ela e me vem à cabeça o caso das crianças de Curitiba, nascidas de inseminação artificial. Elas também são três, mas os pais só querem duas. Queriam deixar uma para adoção, o hospital onde elas nasceram reagiu, o conselho tutelar foi chamado e o caso está na Justiça. As crianças nasceram prematuras, o pai escolheu duas, pelo peso, depois trocou uma por outra, mas sempre considerando que só levaria duas.
O geneticista que fez a inseminação e trabalha nisso há 36 anos está chocado. A advogada do casal disse que eles se arrependeram. Funcionários do hospital dizem que eles nunca visitaram as meninas, a advogada dos pais alega que a mãe amamentou as três sem discriminá-las, há testemunhas que afirmam que, no quinto mês da gravidez, eles entraram na Justiça para só ficarem com duas das crianças. Avós maternos e paternos foram ouvidos. Já se sabe que o pai é nutricionista e a mãe, economista, e que ambos têm 30 anos e boa condição financeira. O casal pediu a guarda das crianças, baseado no Estatuto da Criança e do Adolescente, que prioriza o vínculo familiar; a Justiça negou várias vezes. A advogada do casal diz que vai apelar à justiça internacional se não conseguir resolver a questão. E as crianças? Estão num abrigo, à espera da solução. Pobres crianças.
Fonte: O Dia On Line - 08.04.2011
Claudia, sou so eu ou realmente da uma vontade louca de adotar essas meninase dar a elas um lar onde elas serão amadas, as tres, igaulmente, como as irmãs que são? Aff Fiquei feliz ccom a historia da sua amiga, que bom que essa familia pode se unir!
ResponderExcluirFilhos adotados ou biológicos, o que os une e cria vínculos com seus pais é o amor, que parece sobrar no primeiro caso e infelizmente faltar no segundo. Pais que escolhem seus filhos como se fossem mercadorias na prateleira de um supermercado...
ResponderExcluirAbraços.
oi Claú,parabéns pela atitude da sua amiga!
ResponderExcluirolha tenho uma pena destas 3 meninas viu, os pais escolhendo como mercadoria, um absurdo deveriam colocar logo para adoção (claro que quem adotar tem que adotar as 3 juntas).
estava com saudades do seu blog.
beijos
Como os sentimentos podem ser diferentes, não? E o grau de instrução não tem nada a ver com isso, pois os pais que rejeitaram os próprios filhos são instruídos e de boa condição financeira. Realmente, é chocante, ainda bem que existe o lado oposto, de pessoas como a sua amiga. Parabéns para ela!
ResponderExcluirBeijo
Adri