segunda-feira, 28 de maio de 2012

Tenha paciência, por favor!

Imagem retidada do site http://umdiacomtdah.blogspot.com.br/2010/08/discutindo-o-tdah-na-escola.html

Hoje escrevi este texto pensando no que uma filha com TDA gostaria de falar para sua mãe!


Mãe, eu tenho um jeito meio diferente de ser e sei que é difícil para as pessoas compreenderem! Sei que é difícil para você entender!
Eu queria te pedir que tivesse paciência comigo!
Sabe, quando eu pego as coisas e depois não sei onde as coloquei, eu não faço por mal! Eu esqueço, mesmo!
Evite entregar pequenas coisas para eu guardar! Algumas vezes eu até guardo, mas geralmente eu coloco em algum lugar e depois não sei onde estão! Eu nunca lembro onde coloco as coisas porque meu cérebro está sempre em atividade, o que dificulta minha concentração.
Tenha paciência quando eu começar uma atividade e não a concluir! Use de bondade e carinho para me lembrar de terminar a atividade começada, de guardar os objetos que utilizei, de limpar o que eu sujei. 
Embora eu já tenha idade para ter responsabilidade, eu esqueço compromissos e horário de remédios. Por favor, me ajude a lembrar, de preferência sem brigar.
Me ensine técnicas para que eu possa ter autonomia neste sentido! Nem sempre as coisas são tão simples para mim como são para você!
Tenha paciência quando eu me distraio ou quando eu não escuto você falando comigo!
Tenha paciência quando eu derrubo as coisas, trombo, faço estardalhaço! Por favor, não fale todas as vezes o quanto eu sou estabanada!
Não me xingue de desmazelada ou de relaxada quando entrar no meu quarto. O que para você é desordem e bagunça, para mim não é. Sempre que você manda eu arrumar eu arrumo, mas do jeito que eu entendo as coisas como arrumadas. Sei que é bem diferente do seu jeito, mas é como eu consigo fazer.
Por favor, tenha paciência quando eu perco objetos, quando eu balanço as pernas sem parar, quando eu rio em horas inadequadas! Eu geralmente não tenho controle destas coisas!
Quando eu fico nervosa, irritada, falo coisas que não sinto. Me perdoe quando eu falo coisas que te deixam triste. Eu sempre me arrependo depois, porque falo num impulso. 
Eu não peço que você me deixe sem regras, sem disciplina. Só peço que tenha paciência comigo e que me ajude a encontrar uma forma de diminuir os transtornos que essa minha diferença causa a mim mesma e a todos que me cercam, porque eu também me sinto frustrada por não saber onde estão as coisas e por não conseguir me controlar quando estou irritada.

Depois, dando uma olhada no google, encontrei esta publicação:  Cantinho Bipolar
Caso você que esteja lendo tenha uma filha com essas características, vive brigando e não entende porque ela faz coisas que você não compreende, que estão fora do padrão de comportamento para a idade, que causem transtornos na convivência familiar, sugiro que leia estes artigos e que busque informações, pois o TDA em meninas é bem difícil de ser identificado devido à ausência da hiperatividade na maior parte dos casos.
Tenha todos uma excelente e abençoada semana!
Cláudia


5 comentários:

  1. Claudinha, eu comecei a escrever para vc e de repente,pluft, tudo fechou! :( Agora rolauma preguiça para escrevertudo de novo, rs.
    Lindona, sabia que a Lu foi diagnosticada com deficit de atenção? Fez tratamento no neuro e hj está bem melhor.

    Beijos

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    1. Então, Bianca, tenho notado que é mais comum do que se imagina esse transtorno. Todo mundo tem alguém na família ou conhece alguém que tenha.
      O problema é que quando não é uma coisa que 'salta aos olhos' é muito difícil o diagnóstico e ainda existe muito preconceito em torno do assunto.
      Fico feliz em saber que a Lu está bem melhor. Acho que a maior dificuldade é chegar a esse melhor.
      Aqui ainda estou começando a entender como esse transtorno funciona, o que já fez melhorar bastante o convívio.

      Grande beijo,

      Cláudia

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  2. Ola Claudia,
    Vi seu comentario no blog da Luma e vim conhecer sua historia. Gostei muito de como voce chegou aa sua felicidade sem ter que passar por tantos transtornos hormonais que algumas mulheres passam na tentativa de engravidar. Filhos sao filhos, nao importa de que barriga vieram. E voce sabe disso tres vezes. Muito bom exemplo de felicidade.
    Quanto a TDAH,tem um livrinho - Mentes Inquetas que mostra uma especie de teste com 35 perguntas por ai. Da para fazer uma avaliaçao superficial atraves dele. O diagnostico é dificil tb por que existem uma porçao de dificuldades , ligada ao sistema auditivo e ao cerebro, que fazem parecer TDAH quando na verdade a criança precisa é de fazer uma fisioterapia cerebral vamos dizer assim. Penso que o melhor caminho é antes de tudo tirar qualquer duvida com otorrino, com oftalmo, e depois pensar em alguma outra coisa. Falei de mais. E que faltou paciente entao fiquei com um tempo livre, estou aproveitando. Bjao

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    1. Camile, obrigada pela visita!
      Eu já li Mentes Inquietas. Na verdade venho pesquisando há 5 meses sobre o assunto. Passamos com a neuro e vou entregar os relatórios para os professores, vou preencher o meu e marcar o retorno para o diagnóstico. Ela já passou com otorrino e com oftalmo qdo menor e está tudo ok. Agora a neuro quer os relatórios e aí talvez peça novas avaliações, mas tudo indica que tem grandes possibilidades do transtorno.
      Devido às pesquisas que tenho feito, consegui entender muito do comportamento e modifiquei o meu, o que resultou uma melhora significativa no convívio familiar, entretanto não posso dizer que não sinto uma tristeza e uma culpa por não ter suspeitado que pudesse ser algo neste sentido antes.
      Já passei da fase de juntar os cacos, agora eu quero mesmo é saber direito como lidar com determinadas situações e, como em toda situação nova, gostaria de saber como vai ser o futuro dela.
      Enfim, estou caminhando e aprendendo, feliz por estar encontrando solução e triste porque poderia ter esta solução há mais tempo.

      Ah, vc não falou demais! Foi muito bom! Espero que fique livre de vez em quando para passar por aqui...rss

      Grande beijo!

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  3. Oi, Claudia!!
    Aprendi muito com a sua postagem e vou começar a observar os sinais. Em geral, as pessoas pensam em procurar um médico quando sentem dor. Quando o comportamento não se encaixa em um padrão, sempre vem a questão da "educação", reprimentas e falta de conversação.
    O professor dentro da sala de aula é um grande aliado pois através do comportamento e respostas aos exercícios, ele pode suspeitar e comunicar ao psicólogo, que poderá entrevistar a criança e consequentemente marcar um horário com os pais. Infelizmente essa conduta nem sempre é satisfatória, por enes problemas que existem em nosso sistema educacional.
    Boa sorte para vocês!!
    Beijus,

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